O
Corpo de Bombeiros do Distrito Federal registrou 15 afogamentos no
primeiro trimestre de 2017. Dez delas foram no Lago Paranoá e nove
resultaram em morte. A última confirmação de vítima fatal é de
um bebê encontrado no lago neste domingo (9).
No
ano passado, os bombeiros contabilizaram 68 afogamentos e 19 mortes.
O comandante da Companhia de Salvamento Aquático da corporação,
Victor Mendonça, explicou ao G1 que alguns afogamentos não geram
chamados de emergência e todas as vítimas socorridas que acabam
morrendo nos hospitais não entram na estatística de óbitos.
"Quando
encaminhamos a pessoa ao hospital, não temos mais controle sobre o
quadro de saúde dela. Se vier a morrer, não ficamos sabendo e, por
isso, não temos como contabilizar."
Segundo
a corporação, para tentar reduzir o número de mortes por
afogamento, foram instalados em outubro de 2016, cinco pontos de
observação no lago Paranoá, onde 16 guarda-vidas trabalham nos
fins de semana e feriados. No restante da semana, eles ficam nos
quartéis e atuam somente quando o Disque 193 é acionado.
“Infelizmente,
a gente não vê os números diminuírem."
Incidência
A
incidência varia conforme a época do ano. De acordo com Mendonça,
50% dos afogamentos ocorrem entre dezembro e fevereiro – quando é
verão – e coincide com datas festivas, como ano-novo e carnaval.
Em julho, a incidência também é alta “porque é o mês das
férias escolares”.
A
maioria das vítimas é homem, na faixa etária dos 18 aos 30 anos, e
economicamente ativa.
“Geralmente,
quem se afoga com este perfil fez uso de bebida alcoólica”,
afirmou o subtenente da companhia, Alan Valim. Segundo ele, a
embriaguez na condução de lanchas, barcos e jet-skis é também a
primeira causa dos acidentes aquáticos.
As
mortes, no entanto, são resultado de uma "mistura de ‘não
saberes’”, segundo Mendonça. “A pessoa está nadando, às
vezes bebendo algo, e quem está à volta não sabe dizer quando e em
que ponto a vítima se afogou. Ainda tem a correnteza, que dificulta
o resgate.”
“Raramente
[os afogamentos] são casos de pessoas que não sabiam nadar.”
Neste
domingo (9), um bebê foi encontrado boiando no Lago Paranoá.
Segundo os bombeiros, o corpo foi visto por um homem que andava de
moto aquática próximo à Península dos Ministros, no Lago Sul, por
volta das 17h30. A Polícia Civil investiga a causa da morte.
Uma
semana antes, o corpo de um homem de 30 anos foi encontrado no Lago
Paranoá. Outros dois morreram afogados entre os dias 10 e 12 de
março – um no Lago Paranoá e o outro na lagoa de Brazlândia.
Disque
193
Casos
de morte chegam ao grupamento de Busca e Salvamento dos Bombeiros
pelo Disque 193 como “busca e resgate de cadáver”. Nestas
ocasiões, são os mergulhadores que atuam, porque precisam resgatar
o corpo imerso na água. Segundo o subtenente Valim, as mortes no
Lago Paranoá correspondem a 20% das ligações.
Os
corpos resgatados são levados ao IML para a realização da
autópsia. Nem todos os casos resultam de afogamento. “Há pessoas
que foram assassinadas e jogadas no lago, ou que bateram a cabeça,
caíram na água e, então, se afogaram”, explicou o subtenente.
Pontos
de observação
Os
cinco pontos de observação com guarda-vidas na orla do lago são
Pontão do Lago Norte; na Prainha dos Orixás, ao lado da ponte
Honestino Guimarães; na Ermida Dom Bosco; próximo à Ponte JK; no
piscinão do Lago Norte, entre o Varjão e o Paranoá; e na Ponte do
Bragueto.
De
acordo Valim, os guarda-vidas fazem uma média de 70 orientações e
cinco salvamentos por fim de semana. “A ação ocorre quando as
pessoas estão nadando em áreas perigosas, ou muito no fundo, e
quando entram na água com objetos cortantes ou bebida alcoólica”.
Os
bombeiros recomendam que os banhistas dêem preferência por nadar
próximo aos pontos de observação. As lagoas de Ceilândia e de
Samambaia, por exemplo, não há monitoramento.
Fonte: G1
Fonte: G1
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