Por Coluna do Fraga R7
Os
deputados da 'bancada da bala' estudam flexibilizar o texto do
Estatuto de Controle de Armas de Fogo (PL 3722/12 e apensados), que
altera o Estatuto do Desarmamento, aprovado em comissão em 2015. O
objetivo é viabilizar a aprovação em Plenário. Para os deputados
favoráveis, o ponto mais importante é que o cidadão comum não
precise mais comprovar a necessidade de ter uma arma, como acontece
hoje.
O
que os deputados defendem é que o critério de avaliação da
necessidade é subjetivo e que o 'não' à proibição da venda de
armas no Brasil ganhou no referendo do Desarmamento em 2005. Mas, na
prática, a venda de armas ao cidadão ficou praticamente proibida em
função da comprovação da necessidade de se ter uma arma.
Desde
a intervenção na Segurança Pública no Rio de Janeiro ganha força
na Casa a discussão da ampliação do acesso à posse e ao porte de
armas ao cidadão, o que acontecerá caso o Estatuto do Porte de
Armas seja colocado em votação no plenário e aprovado pela maioria
dos presentes. O texto já poderia ter sido colocado em votação.
Isso não aconteceu porque os projetos só são pautados após acordo
entre os líderes e com a anuência do presidente da Casa.
Mesmo
pelos deputados favoráveis, o texto aprovado em comissão é
considerado muito amplo e ainda não há consenso na casa. Para
viabilizar a aprovação, um de seus articuladores, deputado Alberto
Fraga (DEM-DF), possível relator da matéria em plenário, sugere
que o novo Estatuto seja restrito a quatro pontos:
— Estamos
fazendo enxugamento do texto. São quatro pontos importantes. O
primeiro é tirar a subjetividade dessa necessidade de se ter armas,
que hoje é necessária. Segundo é obrigar a um recadastramento
imediato. Há mais de dez milhões de pessoas na ilegalidade.
Terceiro é o porte em área rural. Cidadão só pode andar armado
dentro da propriedade rural. O outro ponto é aumentar de cinco para
dez anos o tempo de registro. São esses os pontos mais importantes.
Fraga
acredita que o projeto será votado, mas lembra que quem dedide a
pauta é o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Maia tem se
mostrado favorável a pautar os projetos relacionados à Segurança
Pública.
— Para
ser colocado em pauta o Rodrigo Maia é quem decide. Temos conversado
com as bancadas e claro que eu não vou contar com o apoio do Psol e
do PT. Não adianta, vamos tentar colocar em votação quando tiver
na hora e vamos para o voto, quem tiver mais votos ganha.
Para
o deputado Alberto Fraga, os outros pontos são passíveis de
negociação, como por exemplo a regra de que o cidadão pode ter até
seis armas em casa. "Podemos reduzir para três, por exemplo".
Veja
abaixo as mudanças aprovadas na Comissão, e que podem ser
flexibilizadas:
Registro
Hoje,
pelo Estatuto do Desarmamento, que está em vigor, o registro só
pode ser feito pela Polícia Federal e precisa ser renovado a cada
três anos. Pela nova proposta, polícias militar e civil também
poderão emitir o registro em locais onde não há Polícia Federal.
O registro não precisará ser renovado.
Posse
Hoje
só maiores de 25 anos e com comprovação de necessidade de uso
podem comprar armas. Pelas novas regras, maiores de 21 anos, sem
comprovação de necessidade de uso mas com restrição de seis armas
por cidadão. Condenados por crime culposo, sem intenção, também
poderão ter armas, o que hoje é proibido. Os outros requisitos para
ter arma são mantidos (ocupação lícita e residência fixa e
capacidade técnica e psicológica comprovadas para usar a arma).
Ter
posse não significa ter porte de arma. Quem tem posse tem que manter
a arma em casa ou no local de trabalho.
Porte
Hoje
o porte só é permitido para Forças de Segurança. Pela nova
proposta, o porte fica permitido para quem tem posse para defesa
pessoal e defesa do patrimônio.
Quem
pode portar
Hoje
Forças de Segurança, caçadores, esportistas de tiro ou que
comprovem efetiva necessidade de defesa. Pela nova lei, porte pode
ser permitido para cidadão, proprietário rural, algumas
autoridades, dependendo da função, atiradores e caçadores. Também
dá posse de arma para autoridades que hoje não têm porte:
deputados, senadores, membros da AGU (Advocacia Geral da União),
agentes de fiscalização do Meio Ambiente e agentes de segurança
socioeducativos e peritos.
Embriaguez
e uso de drogas
Hoje
quem for abordado embriagado ou sob efeito de drogas ou álcool perde
automaticamente o porte. Pela nova proposta, licença é suspensa por
30 dias e o porte pode ser concedido novamente (ou suspenso por até
dois anos ou totalmente cancelado).
Apreensões
Hoje
armas apreendidas são destruídas se não forem prova de um crime.
Pela proposta, as armas apreendidas seriam enviadas às Forças de
Segurança.
Leia também: RECEITA FEDERAL LIBERA PROGRAMA PARA DECLARAÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA
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