O
Foro de São Paulo é um grupo que reúne partidos, governos e
movimentos de esquerda da América Latina
O
venezuelano Nicolás Maduro anunciou na noite desta terça-feira
(7) que seu país vai receber no final do mês um novo encontro do
Foro de São Paulo, grupo que reúne partidos, governos e
movimentos de esquerda da América Latina.
"A
ideia é organizar a agenda para este ano de 2020", disse Maduro
em um estádio de beisebol em La Guaira, ao norte de Caracas.
O
anúncio foi feito horas depois de deputados chavistas e
opositores entrarem em confronto na sede da Assembleia Nacional -cada
lado elegeu um presidente diferente para o comando da Casa e não
reconhece o escolhido pelo adversário.
A
reunião do Foro, que deve acontecer em Caracas entre 22 e 24 de
janeiro, pode ficar esvaziada, já que até o momento poucos líderes
confirmaram presença.
Maduro
não especificou ainda quem exatamente fará parte da lista de
convidados, mas um comunicado de seu partido, o PSUV (Partido
Socialista Unido da Venezuela), mencionou alguns nomes.
Entre
eles estão o dirigente do regime ditatorial de Cuba,
Miguel Díaz-Canel, e dois líderes dissidentes das antigas Farc
(Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), Iván Márquez
e Jesus Santrich -a dupla rompeu com o comando do grupo em
agosto e anunciou a retomada da luta armada.
Além
de Lula e Chávez, também participaram de reuniões do Foro nesse
período o boliviano Evo Morales, o equatoriano Rafael Correa, o
paraguaio Fernando Lugo, a chilena Michelle Bachelet e o uruguaio
José "Pepe" Mujica, sem contar o ditador da Nicarágua,
Daniel Ortega.
Exceção
ao nicaraguense, todos os outros já deixaram o poder. Com isso, os
últimos encontros do Foro ficaram esvaziados.
O
mais recente, que aconteceu em junho também em Caracas, quase não
contou com a presença de chefes de Estado e o espaço acabou
preenchido por organizações e partidos de esquerda da região.
Por
outro lado, vem ganhando força o Grupo de Puebla, chefiado pelo
chileno Marco-Enríquez Ominami e pelo colombiano Ernesto Samper,
também voltado para discutir os rumos da esquerda na região e que
substituirá o Foro de São Paulo na América Latina.
A
primeira reunião destes, que contou com a presença dos
petistas Dilma Rousseff e Aloizio Mercadante, ocorreu em Buenos
Aires, no final de 2019 -o próximo encontro deve ser em Santiago.
Mas
quem ganhou protagonismo no grupo foi o então recém-eleito
presidente da Argentina, Alberto Fernández, que em seu discurso
deixou clara sua ambição de liderar uma esquerda moderada
na região.
Fonte: Folha Express
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