O Distrito Federal entrou para um seleto grupo ao recuperar totalmente o número de passageiros do transporte público registrado antes da pandemia. Ao lado de Goiânia, é a única capital do país a atingir 100% da demanda pré-crise sanitária, segundo o Anuário NTU 2024/2025, apresentado no 48º Seminário Nacional da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU).
Enquanto cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre ainda operam entre 80% e 85% da demanda de fevereiro de 2020, Brasília conseguiu retomar o patamar graças a uma série de medidas estratégicas.
O secretário de Transporte e Mobilidade, Zeno Gonçalves, atribui o resultado a dois fatores principais: a manutenção integral da frota e dos empregos durante a pandemia — decisão do governador Ibaneis Rocha — e investimentos de R$ 1,7 bilhão desde 2019. “Mantivemos a frota operando, garantimos os empregos e seguimos investindo em infraestrutura e tecnologia”, destacou.
Hoje, o DF possui a frota mais nova do Brasil, com idade média inferior a três anos. Dos 3.080 ônibus em circulação, 95% foram renovados e 1,2 mil já contam com a tecnologia Euro 6, menos poluente e mais eficiente. O congelamento das tarifas desde 2020, aliado ao alto índice de subsídio (75% dos custos do sistema), também foi determinante para a recuperação.
Medidas como o programa Vai de Graça, que oferece transporte gratuito aos domingos e feriados e já ultrapassou 10 milhões de viagens, reforçam a inclusão social e incentivam o uso do transporte coletivo.
A expansão e modernização da infraestrutura também contribuíram para o avanço. Desde 2020, o GDF entregou sete novas rodoviárias, beneficiando mais de 570 mil pessoas, e iniciou obras para ampliar o BRT nas regiões Norte e Sudoeste.
Para o diretor-executivo da NTU, Francisco Christovam, Brasília e Goiânia são exemplos de que investimentos contínuos evitam a migração em massa para o transporte individual, reduzindo congestionamentos e melhorando a qualidade de vida urbana. “Países desenvolvidos apostam no transporte coletivo, e é esse o caminho que precisamos seguir”, afirmou.


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