A Polícia Federal incluiu o advogado Martin De Luca, representante da Trump Media Group e da plataforma Rumble, no relatório final que indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo os investigadores, o jurista teria mantido contato frequente com Bolsonaro, auxiliando em ações judiciais e estratégias de comunicação contra o Supremo Tribunal Federal (STF), especialmente contra o ministro Alexandre de Moraes.
Mensagens obtidas do celular de Bolsonaro indicam que ele recebia de De Luca minutas de publicações, petições e orientações de mídia. Em julho, o ex-presidente chegou a encaminhar ao advogado uma minuta elogiando carta de Donald Trump a Lula sobre tarifas comerciais, pedindo revisão antes de publicar.
Em resposta, De Luca prometeu aprimorar a narrativa do chamado “tarifaço” e, no dia seguinte, enviou a Bolsonaro cópia de uma ação protocolada nos Estados Unidos pela Trump Media e pela Rumble contra medidas de Moraes. Pouco depois, a PF encontrou esse documento impresso na casa do ex-presidente.
O relatório aponta que essa troca de mensagens reforça a suspeita de tentativa de obstrução de investigação penal e “coação no curso do processo”.
Defesa reage
Nas redes sociais, Martin De Luca classificou Moraes como responsável por uma “campanha de censura” e prometeu seguir atuando “sem medo”. O advogado afirmou que a “verdadeira responsabilização” do ministro ocorrerá nos tribunais dos EUA, e não por meio de relatórios policiais.
A investigação agora está sob análise do STF, com relatoria de Moraes. A decisão final sobre denúncia caberá à Procuradoria-Geral da República (PGR).
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