A cena política do Distrito Federal ganhou novos contornos com a movimentação antecipada do ex-governador e atual deputado federal Rodrigo Rollemberg (PSB-DF). Reconduzido ao mandato por decisão do Supremo Tribunal Federal, o parlamentar apresentou, há mais de um ano do pleito, o enfermeiro Marcos Wesley como pré-candidato a deputado federal pelo PSB nas eleições de 2026.
O gesto evidencia a estratégia de Rollemberg para retomar espaço no cenário político brasiliense, articulando uma base de apoio consistente antes mesmo do período oficial de campanha. A escolha de um representante da saúde demonstra o foco em um segmento estratégico, pois o ex-governador sabe que, sozinho, não avança. Precisa atrair nomes com influência em áreas específicas — neste caso, a saúde.
Entretanto, o passado recente pesa. Profissionais da área, especialmente enfermeiros e técnicos de enfermagem, guardam na memória os anos em que Rollemberg esteve à frente do Palácio do Buriti. Na época, enfrentaram congelamento salarial, perda de direitos, sobrecarga de trabalho e promessas que, segundo a categoria, não se concretizaram. Para muitos, essas lembranças ainda geram desconfiança.
A tentativa de reposicionar sua imagem por meio da candidatura de Marcos Wesley pode ser interpretada como uma estratégia política, mas não apaga o histórico, mesma estrategia aplicada com a deputada distrital Dayse Amarilio que já se encontra desgastada com a categoria. Os trabalhadores da saúde, que representam a maioria entre os servidores do DF, já sentiram na pele o que significa um governo que promete valorização, mas entrega austeridade.
Cabe à categoria refletir: trata-se de uma defesa real dos interesses da enfermagem — ou de mais uma jogada de sobrevivência política de Rollemberg na Câmara Federal, visando voltar ao poder a qualquer custo?
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