O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebeu o líder chinês Xi Jinping nesta quinta-feira (30), em Busan, na Coreia do Sul, marcando o primeiro encontro entre os dois desde o retorno de Trump à Casa Branca.
A reunião acontece em um momento de tensão elevada entre Washington e Pequim, em meio a disputas sobre tarifas, minerais estratégicos, exportações de soja e o controle de substâncias como o fentanil.
Na rápida sessão de fotos antes dos diálogos, Xi disse que era “um grande prazer vê-lo novamente”. Em resposta, Trump se mostrou otimista:
“Vamos ter uma reunião muito bem-sucedida, não tenho dúvidas … Temos um ótimo relacionamento.”
Também brincou: “Ele é um negociador muito duro — isso não é bom.”
Pontos centrais na mesa de negociação
Um acordo-estrutura preliminar já havia sido negociado antes da reunião, cobrindo temas como tarifas adicionais, restrições à exportação de minerais raros e aumento das compras de soja por parte da China.
Os EUA tinham ameaçado aplicar tarifa de 100% sobre produtos chineses diante das restrições de Pequim sobre minerais estratégicos. Como contrapartida, China estaria disposta a suspender essas restrições por um ano e retomar compras agrícolas dos EUA.
Um dos temas quentes é o controle de fentanil, opioide sintético que vem causando enorme impacto nos EUA. Washington exige que a China coopere no combate ao tráfico transnacional ligado à substância.
Implicações globais e para o Brasil
Essa reaproximação entre EUA e China tem efeitos diretos para o mundo — inclusive para o Brasil. A possível redução de tarifas e a retomada das compras chinesas de soja podem beneficiar produtores brasileiros. O Brasil também observa os desdobramentos diplomáticos, já que o setor agropecuário nacional depende de acesso aos mercados externos.
Analistas ressaltam que, apesar do tom positivo, o relógio do prazo marca: se não houver avanços concretos até 1º de novembro, as tarifas e as retaliações podem subir novamente.
Desafios à vista
Embora o encontro tenha sido saudado como “promissor”, vários críticos apontam que os detalhes ainda faltam — um “grande entendimento” verbal não garante compromisso concreto. Além disso, questões estratégicas como Taiwan, tecnologia, direitos humanos e segurança militar continuam no tabuleiro, com risco de minar qualquer entendimento prematuro.

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