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Bastidores revelam como um movimento silencioso impediu o Planalto de assumir o protagonismo na segurança pública



O episódio político que passou despercebido, mas mudou o rumo da disputa pelo comando da segurança no Brasil
Enquanto o debate nacional se concentrava na megaoperação no Rio de Janeiro e nas falas do presidente Lula tentando assumir protagonismo sobre a segurança pública, um movimento nos bastidores do Congresso alterou completamente o tabuleiro — e muitos sequer perceberam.
Nos últimos meses, o governo buscava aprovar um texto que ampliaria a influência da União sobre a segurança nos estados. A proposta avançava lentamente, mas crescia a preocupação entre governadores e deputados ligados às forças policiais estaduais, que enxergavam risco de perda de autonomia.
Foi nesse contexto que um acordo político antigo voltou à mesa. O presidente da Câmara, Arthur Lira, e setores do PP haviam prometido ao senador Ciro Nogueira uma relatoria estratégica em troca de apoio a projetos de interesse do governo. Quando a operação no Rio explodiu na mídia e o Planalto começou a se movimentar para capitalizar politicamente o episódio, Ciro cobrou o compromisso.
O resultado: a indicação do deputado Guilherme Derrite, ex-secretário de Segurança de São Paulo e figura alinhada às polícias estaduais, para conduzir a discussão.

O “travão” que mudou tudo
A nomeação de Derrite paralisou o plano do governo. Com forte articulação entre governadores e bancadas da segurança, ele reconfigurou o debate e evitou que o Planalto assumisse a narrativa de "salvador" da segurança pública.
Para muitos governistas, o fato de o novo texto não avançar já seria uma derrota — mas, nos bastidores, líderes do Centrão afirmam que esse era exatamente o objetivo: impedir que Lula usasse o tema para ganhar visibilidade num momento em que o crime organizado domina discussões nacionais.
Com o impasse, o governo não conseguiu tirar protagonismo dos estados. Os governadores seguiram conduzindo operações, ganhando destaque e espaço político, enquanto o Planalto perdeu o timing para capitalizar a pauta.
A base governista tenta vender o recuo como “vitória”, mas quem acompanha os bastidores sabe: a articulação do PP, o movimento de Ciro Nogueira e a indicação de Derrite impediram que Lula assumisse o palco da segurança pública no momento mais quente do debate nacional.
Enquanto isso, as operações estaduais seguem firmes — e o Congresso, não o Planalto, dita o ritmo da discussão.

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