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Chefe da PF surpreende o país e diz que chamar facções de terroristas é ‘erro técnico’

 
Uma fala do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, movimentou o cenário político nesta terça-feira (18) durante depoimento na CPI do Crime Organizado, no Senado. Ao ser questionado sobre propostas do PL Antifacção, Rodrigues afirmou que considerar facções criminosas como grupos terroristas é um “erro técnico”, declaração que gerou reação imediata de parlamentares e opositores do governo.
Segundo ele, terrorismo e crime organizado pertencem a “institutos diferentes”, com finalidades e modos de atuação distintos. A fala contraria governadores, especialistas em segurança pública e boa parte da Câmara, que defendem a equiparação após o avanço violento das facções em vários estados.
A discussão ganhou força após a megaoperação policial de 28 de outubro, no Rio de Janeiro, que resultou em 121 mortes. Na ocasião, o governador Cláudio Castro (PL) classificou o Comando Vermelho como “narcoterrorista”, acendendo o debate nacional sobre o enquadramento jurídico de facções.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) — apontado como forte pré-candidato à Presidência em 2026 — também defende abertamente a equiparação, alegando que grupos como CV e PCC exercem controle territorial, aplicação de violência política local, intimidação armada e até “governo paralelo” em áreas dominadas.
Do outro lado, o governo Lula argumenta que o terrorismo, segundo tratados internacionais, exige motivação política explícita — algo que, segundo o Planalto, não se aplicaria às facções brasileiras. Rodrigues reforçou essa tese dizendo que a equiparação poderia gerar consequências diplomáticas e econômicas:
“É um equívoco… inclusive para questões de soberania e impactos ao sistema econômico e às empresas brasileiras.”
Embora o item tenha sido retirado das versões recentes do PL Antifacção, a proposta continua sendo bandeira de opositores e um dos pontos mais explosivos do debate sobre segurança pública em 2024 e 2025.
A fala do chefe da PF, porém, reacende a polêmica e deve aprofundar o desgaste entre governo federal e governadores que defendem linha dura contra o crime organizado.

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