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Justiça seletiva: banqueiro e “Dama do Tráfico” voltam para casa — enquanto Bolsonaro segue isolado na PF

 

As decisões judiciais desta sexta-feira (28) trouxeram à tona uma assimetria gritante no sistema penal brasileiro — uma diferença de tratamento que não passa despercebida para quem acompanha o cenário jurídico e político do país.

Em poucas horas, dois personagens com trajetórias opostas receberam medidas altamente benéficas:

  • Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, envolvido em uma das maiores operações financeiras investigadas pela PF nos últimos anos, teve a prisão revogada pelo TRF-1.
  • Luciane Barbosa Farias, a chamada “Dama do Tráfico”, condenada por envolvimento com facção criminosa, ganhou autorização para cumprir pena em regime domiciliar, com aval do Ministério Público.


Ambos voltarão para casa.

Enquanto isso… Jair Bolsonaro permanece na Superintendência da PF, em regime rígido, sem qualquer flexibilização e mesmo apresentando problemas de saúde documentados.

Dois pesos, duas medidas?
Vorcaro e seus executivos eram investigados em uma estrutura financeira complexa: emissão de títulos falsos, carteiras irregulares e possíveis fraudes de alto impacto no mercado. Ainda assim, receberam medidas cautelares consideradas leves — pulseira eletrônica e restrições de deslocamento.
Já Luciane Farias — que frequentava gabinetes, eventos institucionais e entidades financiadas por facções — obteve o direito ao regime domiciliar com base em relatório social sobre os impactos emocionais em suas filhas.
Em ambos os casos, a Justiça não hesitou em aplicar o princípio da “proteção familiar” e da “dignidade da pessoa humana”.
Mas quando o réu é Jair Bolsonaro, o rigor parece operar sob outra lógica.

Bolsonaro segue preso — mesmo com laudos médicos e sem flexibilização processual
O ex-presidente enfrenta:
  • crises de refluxo;
  • episódios de apneia do sono;
  • soluços persistentes;
  • diagnóstico confirmado de câncer de pele.
Mesmo assim, nenhum pedido de domiciliar humanitária avançou.
Além disso, Moraes decidiu conduzir pessoalmente a execução penal — fugindo do padrão jurídico estabelecido desde o Mensalão, quando os processos passaram a ser redistribuídos às Varas de Execução Penal para evitar concentração de poder.
É essa divergência de procedimento que acende o alerta técnico: 
Por que banqueiros e figuras ligadas ao crime organizado recebem benefícios humanitários e flexibilizações, enquanto um ex-presidente, idoso e doente, continua submetido ao regime mais duro possível?

Não se trata de inocência ou culpa — mas de ISENOMIA
O Direito Penal exige coerência, previsibilidade e aplicação igualitária da lei.
Quando:
  • banqueiros influentes são soltos;
  • lideranças de facções voltam para casa;
  • e um ex-presidente permanece trancado na PF…
… a percepção pública inevitavelmente muda.
Não é narrativa.
Não é teoria.
São fatos concretos.
Uma Justiça que age de forma distinta dependendo do acusado abre brechas perigosas — não apenas jurídicas, mas políticas e sociais. Porque quando o cidadão perde a confiança na neutralidade das instituições, perde-se também um dos pilares fundamentais do Estado de Direito.
E historicamente, sociedades que caminham por esse trilho não chegam a bons destinos.

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