A recém-instalada Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado começou seus trabalhos nesta terça-feira (4) já cercada por polêmicas. Eleito presidente por apenas um voto de diferença (6 a 5), o senador Fabiano Contarato (PT-ES) afirmou que a comissão precisa dar respostas concretas à população sobre a violência crescente no país — e não poupou críticas à megaoperação que deixou 121 mortos nos Complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro.
Durante entrevista, Contarato declarou que a operação falhou em seu principal objetivo: prender lideranças do Comando Vermelho, como o traficante Doca, e ainda terminou com um alto número de mortos — incluindo quatro policiais.
“Tivemos 121 vidas perdidas e não houve restauração da paz na comunidade. Não podemos celebrar a morte. A operação não prendeu o alvo principal, não garantiu tranquilidade à população e ainda sacrificou policiais”, afirmou.
“Falsa sensação de segurança”
Contarato destacou que ações desse tipo, quando não seguidas de presença efetiva do Estado, apenas criam uma “sensação momentânea de segurança”, enquanto o crime volta a ocupar os territórios.
“Após essas operações, o terror volta. Famílias seguem pagando por gás, água, comércio e continuam reféns de facções. Se o Estado não permanece, o medo permanece.”
O senador também disse que a CPI vai investigar a expansão do crime organizado e das milícias no Brasil, além de analisar a atuação do poder público.
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