Em um discurso de impacto durante a 56ª Convenção da Confederação Israelita do Brasil (Conib), o governador de São Paulo Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos-SP) fez declarações contundentes que misturam política interna, segurança pública e geopolítica. Ele anunciou que «o tempo sombrio vai acabar» e afirmou que organizações criminosas e narcotraficantes no Brasil devem ser consideradas “terroristas”, equiparando-as a grupos como Hamas e Hezbollah.
O que foi dito
Durante o evento na Hebraica, em São Paulo, Tarcísio declarou:
“Nós não vamos permitir aqui o terrorismo. Isso vale para aqueles que atentam contra a comunidade judaica, isso vale para aqueles que atentam contra as pessoas que mais precisam da presença do Estado nas comunidades… aqueles que dominam o território, que impõem o terror, que afastam a política pública, são também terroristas.”
Ele aproveitou para criticar o governo federal, citando a saída do Brasil da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA), em julho. E fez a promessa:
“O tempo sombrio vai acabar, e o Brasil vai voltar para a Aliança Internacional.”
Por que isso importa
- Segurança pública: ao classificar traficantes e grupos que dominam territórios vulneráveis como terroristas, o governador eleva o tom do combate e amplia o significado das operações de polícia e do uso de Forças Armadas em áreas urbanas vulneráveis.
- Política-eleitoral: a menção direta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a promessa de que o “tempo sombrio” vai acabar carregam forte viés de disputa política, sugerindo uma construção de narrativa para 2026.
- Geopolítica e sociedade: ao discursar em convenção de entidade judaica e tratar narcotráfico como terrorismo internacional, há a construção de vínculo simbólico entre segurança nacional brasileira e agendas globais de antissemitismo e extremismo.
Implicações práticas
Pode haver mudança na tipificação legal de facções criminosas ou narcotraficantes, refletindo-se em projetos no Congresso.
A afirmação fortalece agendas de “segurança dura” nos estados sob gestão de direita, que podem cobrar maior protagonismo da União nesta área.
A frase “o tempo sombrio vai acabar” serve como slogan político-estratégico, unindo temas de segurança, ideologia e oposição ao governo federal.
O que vem pela frente
Fica claro que o discurso de Tarcísio pretende ressoar além de São Paulo e entrar nas narrativas nacionais para 2026. O impacto dependerá de como as forças de segurança e o Legislativo reagirão — seja em mudanças de lei, operações em favelas, ou maior cooperação interestadual no enfrentamento ao crime organizado.

0 Comentários
Obrigado pela sugestão.