O debate sobre segurança pública no Brasil ganhou um novo capítulo após o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), defender publicamente que o Primeiro Comando da Capital (PCC) seja classificado como organização terrorista. A proposta reacende discussões sobre o avanço do crime organizado no país e a necessidade de endurecer as leis.
Por que classificar o PCC como terrorista?
Durante entrevista no interior de São Paulo, Tarcísio argumentou que os crimes cometidos pelo PCC extrapolam o conceito de organização criminosa comum. Ele citou as ações de maio de 2006 — quando rebeliões em presídios, queima de ônibus, ataques a policiais e atos coordenados de violência paralisaram São Paulo — como exemplo de práticas que “espalham medo, afrontam o Estado e usam o terror como ferramenta de poder”.
Segundo o governador, a nova classificação:
- Endureceria a legislação penal, dificultando progressão de pena de líderes e membros;
- Autorizaria uso de instrumentos legais contra terrorismo, inclusive bloqueios financeiros e cooperação internacional;
- Aumentaria a pressão política sobre o Congresso Nacional, que hoje não inclui facções criminosas como terroristas na legislação.
Por que há resistência?
Especialistas e o governo federal mostram cautela. O motivo principal: o terrorismo, por definição jurídica, envolve motivações ideológicas e políticas — o que não se aplica ao PCC, cuja finalidade é econômica e criminosa.
Além disso, juristas afirmam que ampliar o conceito de terrorismo sem critérios pode abrir brechas para abuso de poder e criminalização de outros grupos.
E o impacto na sociedade?
Mesmo sob críticas, o tema está longe de ser apenas jurídico. A população lembra episódios de terror absoluto, como:
- Ataques coordenados em 2006;
- Explosões recentes de caixas eletrônicos;
- Execuções de policiais;
- Influência da facção sobre comunidades inteiras.
O sentimento de desproteção da população fortalece discursos mais duros, como o de Tarcísio.
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