Os Estados Unidos elevaram drasticamente o tom de sua política de segurança internacional com o anúncio oficial da Operation Southern Spear (“Operação Lança do Sul”), uma missão militar de grande escala voltada para o combate ao narcotráfico, à atuação de grupos classificados como “narcoterroristas” e à proteção do território norte-americano.
O comunicado foi feito pelo secretário de Defesa, Pete Hegseth, que afirmou que os EUA irão “proteger o próprio bairro”, numa referência aos 31 países da América Central, do Sul e do Caribe que estão sob a área de responsabilidade do U.S. Southern Command (SOUTHCOM) — estrutura real do Pentágono responsável pela região.
Objetivos e alcance da operação
Em publicação oficial, Hegseth declarou:
“Esta missão defende nosso lar, remove narcoterroristas do Hemisfério Ocidental e protege nosso povo das drogas que estão matando americanos.”
A frase segue a mesma linha de políticas recentes de Washington, que tratam o narcotráfico como ameaça à segurança nacional — postura reforçada durante a administração Trump.
A operação abrangerá vasta área marítima e aérea, ampliando vigilância e interceptações no Caribe, Pacífico Oriental e rotas conhecidas de envio de drogas para os EUA.
Ataques anteriores e arsenal empregado
Fontes internacionais indicam que a operação já vinha acontecendo “sob baixa visibilidade” desde setembro de 2025, com:
- cerca de 20 ataques contra 21 embarcações suspeitas,
- mais de 80 mortos, segundo relatos de inteligência
- uso de mísseis, drones, navios de guerra e sistemas autônomos de interceptação marítima.
A tecnologia militar mencionada se aproxima de sistemas reais como unmanned surface vessels, ISR drones e plataformas navais automatizadas, já testadas pelo Pentágono.
Incertezas e preocupações diplomáticas
Diversas lacunas ainda não foram esclarecidas pelo Departamento de Defesa:
- Quem serão os alvos formais classificados como “narcoterroristas”?
- Haverá operações em território estrangeiro?
- Países latino-americanos serão consultados, ignorados ou envolvidos?
- Há risco de danos civis e impactos humanitários?
Especialistas também destacam que operações militares contra o narcotráfico na América Latina historicamente geram tensão com governos da região, que veem a iniciativa como interferência na soberania.
O que está em jogo
A Southern Spear pode remodelar por décadas a estratégia de segurança das Américas.
Se por um lado fortalece o combate ao narcotráfico — problema real que mata milhares todos os anos — por outro reacende temores sobre unilateralismo dos EUA, expansão militar e potenciais fricções com governos da região.
A operação marca não apenas uma ofensiva contra cartéis, mas uma nova fase na política externa de força promovida por Trump.
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