Na véspera da abertura da COP30, o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump fez fortes acusações contra o Brasil, afirmando que a construção de uma rodovia de quatro faixas teria “destruído completamente a Floresta Amazônica” para agradar ambientalistas.
O que Trump disse
Em publicação na rede Truth Social, Trump escreveu que “Eles [o Brasil] devastaram completamente a Floresta Amazônica … construindo uma rodovia de quatro pistas para os ambientalistas viajarem. Isso se tornou um grande escândalo!”
A mensagem tinha como referência uma reportagem da Fox News com correspondente em Belém, que alegava que Belém teria visto “milhares de árvores” cortadas para viabilizar o evento climático.
Qual rodovia está em questão
O alvo das críticas é a Avenida Liberdade, na capital paraense, obra de aproximadamente 13 km que liga a Alça Viária à Avenida Perimetral.
O projeto antecede a sedição da COP30, mas parte de sua concretização está sendo vinculada às obras preparatórias para o evento.
Críticas ambientais
Organizações ambientais e jornalistas levantaram que a obra corta áreas de mata nativa, o que, segundo eles, representa um contrassenso para uma conferência climática.
Já o governo do estado do Pará afirma que:
- O traçado aproveita o corredor de um linhão de energia, onde a vegetação já havia sido suprimida antes da obra.
- O projeto foi licenciado, com “57 condicionantes ambientais e sociais cumpridas”, entre elas passagens de fauna, ciclovia e iluminação solar.
Impactos e reflexões
- Este episódio evidencia algumas tensões relevantes:
- A contradição entre sediar uma conferência global sobre clima e promover obras que envolvem impactos ambientais visíveis;
- A geopolítica do clima, com os EUA omitindo-se parcialmente da COP30 e ao mesmo tempo criticando o Brasil.
- A imagem internacional do Brasil e da Amazônia: enquanto o governo defende que esta será “uma COP na Amazônia, não sobre a Amazônia”, dissensos locais e ambientais ampliam o debate.
Com a COP30 se aproximando, os holofotes estarão sobre Belém, sobre as obras de infraestrutura e sobre as práticas ambientais na região. A controvérsia da Avenida Liberdade provavelmente servirá como símbolo — e ponto de pressão — para ativistas, mídia e observadores internacionais. A resposta do governo paraense, como o convite ao tacacá, mistura diplomacia com ironia, mas o debate segue sério.
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