A crise entre o Senado e o governo Lula atingiu um novo patamar nesta terça-feira (2/12). O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, anunciou no plenário o cancelamento da sabatina do advogado-geral da União, Jorge Messias, indicado pelo presidente Lula para ocupar uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF).
A decisão expõe publicamente o racha entre Executivo e Legislativo e representa um duro revés para o Planalto, que já enfrentava resistência interna à escolha de Messias — tanto da oposição quanto de senadores independentes e até parte da base governista.
Motivo do cancelamento: o governo não enviou o documento obrigatório
Segundo Alcolumbre, o governo Lula simplesmente não enviou a mensagem formal com a indicação de Messias — o documento indispensável para iniciar a tramitação regimental no Senado.
Sem essa mensagem, a sabatina não pode ocorrer.
O presidente do Senado lembrou que já havia estabelecido o calendário de tramitação:
- 3 de dezembro — leitura do parecer na CCJ
- 10 de dezembro — sabatina e votação
Mas, apesar de o nome ter sido anunciado e publicado no Diário Oficial, o governo não formalizou a indicação por escrito.
Alcolumbre sobe o tom e acusa o Planalto
Do plenário, Alcolumbre classificou a falha do governo como:
“Omissão grave e sem precedentes.”
O senador afirmou que o Legislativo foi surpreendido pela ausência da mensagem oficial e criticou duramente a desorganização do governo, lembrando que o Senado planejou o calendário justamente para concluir a votação ainda em 2025.
Messias enfrenta rejeição crescente no Senado
O cancelamento piora ainda mais a situação de Jorge Messias, que já vinha enfrentando resistência significativa:
- Rejeição formal do bloco Vanguarda (16 senadores)
- Perda de apoio entre independentes
- Pressão de segmentos evangélicos
- Resistência explícita do próprio Alcolumbre
O episódio também reacende o mal-estar causado quando Lula ignorou a preferência de Alcolumbre pela indicação de Rodrigo Pacheco ao STF — escolha que o Planalto descartou completamente.
Crise institucional instalada
Com o cancelamento, a sabatina fica travada por tempo indeterminado.
Nos bastidores, a leitura é unânime:
- O governo cometeu um erro político primário, que deu ao Senado o argumento perfeito para interromper uma indicação já fragilizada.
- Lula enfraquece sua própria articulação, e Alcolumbre demonstra força no comando do Senado.
- A crise entre Executivo e Legislativo se amplia — justamente no momento em que o Planalto precisava de unidade para aprovar a indicação.
A situação de Jorge Messias, que já era difícil, agora se torna crítica.

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