Um
bombeiro do Distrito Federal diz que médico que negou atendimento
imediato a uma paciente desmaiada no Hospital do Gama também se
recusou a prestar socorro a outra mulher. O vídeo que registra o
comportamento do médico no caso da mulher desmaiada foi divulgado
pelo G1 no dia 19 de julho.
Após
ver as imagens veiculadas pela imprensa, o bombeiro afirma que
reconheceu que o médico é o mesmo profissional que, em abril deste
ano, se negou a atender uma paciente socorrida pelo Corpo de
Bombeiros.
“Eu
entrei no consultório dele, cheguei e expliquei que estava com uma
paciente psiquiátrica, se ele poderia dar uma olhada, dar um
atendimento. Ele estava com uma pilha de fichas de atendimento na
mesa e sequer olhou para minha cara e falou: 'Eu vou te atender
depois que eu atender esse tanto de pacientes aqui, depois que eu
atender todas essas fichas'", conta o bombeiro, que prefere não
ser identificado.
O
bombeiro ficou surpreso com a atitude do médico. “Ele foi ríspido
e com uma certa ignorância. Ele realmente me ignorou totalmente. A
gente tenta fazer a nossa parte, mas, quando chega do hospital para
dentro, não cabe mais a nós, a gente fica realmente triste e até
revoltado com certas atitudes. É triste.”
O
G1 tentou entrar em contato com o médico, que é clínico
geral no Hospital do Gama, mas a instituição informou que ele
entrou de férias no dia 17.
Em
casos como esse, a recusa do médico em atender o paciente na hora em
que ele dá entrada no hospital, além da espera do paciente, causa
mais um problema: os bombeiros e a ambulância que eles utilizam
ficam indisponíveis para outras pessoas que precisarem, pois eles só
podem deixar o paciente quando o médico iniciar o atendimento.
“O
protocolo de urgência e emergência determina que todos os pacientes
transportados pelo Corpo de Bombeiros ou pelo Samu têm prioridade de
atendimento, ainda mais na situação em que a paciente estava,
contida, ela estava agressiva e agitada”, fala o bombeiro.
O
secretário-adjunto de Saúde, Elias Miziara, disse que o médico que
aparece nas imagens, ignorando a mulher desmaiada, está de férias,
mas ele pode ter de dar explicações.
“Aquilo
é um absurdo. Havendo um paciente, seja ele quem for, passando mal,
o médico tem de prestar atenção a ele, a não ser que haja um
fator impeditivo de força maior. E é isso que caberá então ao
servidor provar, se teve ou não esse fato de força maior”, fala o
secretário-adjunto.
FONTE:
G1
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