Lithgow -
Os bombeiros uniram deliberadamente dois grandes incêndios nesta
terça-feira (22/10) no Sudeste da Austrália para tentar controlar o
avanço das chamas antes do aumento da temperatura, que, segundo as
autoridades, será mais grave do que o imaginado. Equipes integradas
em sua maior parte por voluntários trabalhavam sem descanso em áreas
densamente arborizadas ao oeste de Sydney para tentar evitar que as
chamas criassem um "megaincêndio" fora de controle, que
poderia avançar até um terceiro foco a poucos quilômetros.
Milhares
de bombeiros combatem os incêndios ao longo de 1.600 km no estado de
Nova Gales do Sul, que se tornaram ainda mais graves com os fortes
ventos e o calor intenso. Em uma semana, as chamas destruíram 200
casas e afetaram um número similar. Apenas uma morte foi registrada
até o momento, mas as previsões meteorológicas para quarta-feira
são mais graves que o imaginado.
"Há
um potencial muito real de perdas de mais vidas e casas",
advertiu o comandante do corpo de bombeiros da zona rural de Nova
Gales do Sul, Shane Fitzsimmons. "As previsões e a situação
para amanhã são o pior que poderíamos esperar", completou. As
temperaturas devem superar 30º Celsius, com baixa umidade e rajadas
de vento de até 100 km por hora, antes do retorno de condições
mais favoráveis na quinta-feira.
No
pior incêndio em quase meio século na região, as autoridades
conseguiram apagar ou conter dezenas de focos, mas 57 permanecem
ativos e 17 deles fora de controle. A região das Montanhas Azuis,
muito procurada por turistas, representa a maior preocupação, em
consequência do gigantesco incêndio na área de Lithgow.
Fitzsimmons afirmou que dois incêndios foram “unidos
deliberada e taticamente”,
criando uma barreira para conter as chamas.
A
decisão de unir os incêndios perto de Lithgow e do Monte Victoria,
nas Montanhas Azuis, pretende privá-los do combustível que teria
permitido a transformação dos focos em um "megaincêndio"
temido pelas autoridades. Os bombeiros tiveram "êxitos
extraordinários", disse Fitzsimmons, antes de advertir que
“ainda
resta muito por fazer”.
Além
das chamas na região de Sydney, amplas áreas do estado correm
grande risco. Os incêndios fora de controle são comuns durante os
meses de verão na Austrália, de dezembro a fevereiro. Mas um
inverno excepcionalmente seco e quente, assim como temperaturas sem
precedentes na primavera, anteciparam a temporada de incêndios de
2013-2014.
Enquanto
aumenta a polêmica na Austrália sobre uma eventual relação entre
os grandes incêndios e o aquecimento global, a secretária-executiva
da Convenção sobre Mudanças Climático da ONU, Christiana
Figueres, afirmou que as chamas fora de controle estão “totalmente
relacionadas com o aquecimento global e as ondas de calor cada vez
mais intensas”.
Figueres
afirmou que a decisão do novo primeiro-ministro australiano, Tony
Abbott, de revogar um imposto sobre a emissão de gás carbônico,
criado pelo governo anterior, terá um preço elevado. "Realmente
estamos pagando o preço do carbono. Estamos pagando o preço com
incêndios fora de controle, estamos pagando o preço com secas",
completou.
Fonte: Correio Braziliense
Fonte: Correio Braziliense
1 Comentários
Qual a fonte dessa notícia? É legal pra gente poder conferir, Até mais.
ResponderExcluirObrigado pela sugestão.