Bombeiros precisaram
percorrer cinco unidades de saúde até conseguir atendimento para a um morador
de rua com convulsão na 306 Sul, em Brasília, no domingo (17). Eles passaram pelos hospitais de Base,
Regional da Asa Norte, Universitário de Brasília e Taguatinga, além do Posto de
Saúde nº 12. A Secretaria de Saúde diz que vai apurar o caso e adotar as
providências cabíveis.
O atendimento só
ocorreu três horas depois do início da busca por uma vaga. Um bombeiro que
preferiu não se identificar declarou que, quando coloca um paciente dentro da
viatura, não tem certeza se o hospital vai recebê-lo.
"Os hospitais
estão com muitas restrições, desde a presença de um médico até a falta de
profissionais, falta de equipamentos. Chega lá, às vezes o médico atende o
paciente na própria maca. E, para que o paciente não retorne, não fique fora do
hospital, a maca nossa simplesmente é retida para que o paciente permaneça no
hospital."
A Secretaria de Saúde
informou que, em determinados casos, a rede fica sobrecarregada e, por isso, as
macas dos bombeiros ficam nos hospitais, mas são logo liberadas.
Ronda
A equipe da TV Globo
fez o mesmo trajeto na noite desta segunda-feira (18). No Hospital de Base, os
bombeiros não encontraram problemas em deixar pacientes. Entretanto, a situação
era diferente no da Asa Norte: o atendimento era demorado para quem chegou de
ambulância. A emergência estava lotada e tinha apenas um clínico de plantão.
O comerciante Domingos
Barros chegou ao local pela manhã e esperou mais de dez horas. "Está uma
vergonha isso aqui. Os banheiros todos sujos, nem fui no banheiro até agora.
Está uma calamidade."
Uma mulher com sintomas
de dengue estava há sete horas aguardando atendimento. "Acham que a gente
não está doente, não está morrendo de dor. É descaso."
No Centro de Saúde da
408 Norte só havia um clínico atendendo. No Hospital Universitário de Brasília,
a tosadora Ana Paula Martins, com infecção urinária e dor nos rins, reclamou da
espera. "Desde as 3h que eu cheguei aqui e até agora não fui atendida. Nem
fizeram a minha ficha."
No Hospital de
Taguatinga, um bombeiro disse que não havia pontos de oxigênio, macas nem espaço
físico para receber mais pacientes. Um idoso de 86 anos que caiu no banho
esperava atendimento no corredor.
Fonte: G1
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