De
1º a 26, a Polícia Civil registrou 3.735 ocorrências no Distrito
Federal. No mesmo período de 2015, foram 1.463. Em meio à briga
entre as polícias civil e militar e à Operação Legalidade, os
crimes que mais cresceram foram roubos a pedestres e estupros
O
mês de setembro ainda não acabou e os dados da criminalidade
assustam o brasiliense. Do dia 1º até a última segunda-feira
(26/9), foram contabilizados 3.735 crimes no Distrito Federal, mais
do que o dobro registrado no mesmo período do ano passado – 1.463.
O aumento é de 155,2%. Chama a atenção o crescimento do número de
casos de estupro e roubos, especialmente a pedestres.
Os
dados foram contabilizados com base nas ocorrências
registradas na Polícia Civil. As principais vítimas dos
bandidos são os pedestres. Desde o começo do mês, pelo menos
2.641 pessoas foram roubadas enquanto andavam nas ruas – quatro
vítimas a cada hora. No mesmo período do ano passado, foram 844
registros.
Os
casos de estupro passaram de 36 para 65, quase três casos por
dia. O único crime que não teve variação foi o latrocínio (roubo
com morte), que se manteve com dois registros em setembro de 2015 e
no mesmo período deste ano. Entre os casos mais recentes de
abuso sexual, está o de uma menina de apenas 14 anos, que foi
atacada no Parque
dos Jequitibás,
em Sobradinho, no último dia 20, em plena luz do dia. O agressor foi
preso e, na delegacia, outra mulher o identificou como autor de um
estupro ocorrido no mesmo local.
O
aumento da criminalidade do DF coincide com a Operação
Legalidade,
deflagrada em 4 de julho pela Polícia Civil. Os policiais
reivindicam reajuste de 37% nos salários para igualar os
vencimentos com os pagos pela Polícia Federal.
Entre
os desdobramentos da mobilização de agentes e delegados,
está o fechamento de 21 das 31 delegacias a partir das 19h. As
unidades estão com horário restrito, segundo a direção da Polícia
Civil, devido à falta de pessoal. Os policiais entregaram mil cargos
de chefia, o que também agrava ainda mais a situação.
Outro
foco de tensão na área de segurança é a briga entre policiais
civis e militares. O último episódio que acirrou ainda mais os
ânimos entre as duas corporações foi o fato de a PM ter registrado
um termo
circunstanciado,
uma espécie de boletim de ocorrência, no caso de um motociclista
que escapou de uma blitz no Guará, no dia 15 de setembro. Os
policiais civis reagiram, mas a PM garante que vai
continuar emitindo os termos em casos de crimes de potencial
ofensivo.
A
situação crítica já provoca reação da sociedade
civil. Na última semana, a Associação Comercial do Distrito
Federal (ACDF) anunciou o envio de umpedido
de intervenção federal à
Procuradoria-Geral da República (PGR). Segundo a entidade, o
documento representa um “grito de socorro” dos brasilienses
diante da crise financeira vivida pelo Governo do DF e a falta de
dinheiro para manter um policiamento adequado, fatos que têm
provocado aumento dos indicadores de violência.
De
acordo com o especialista em segurança pública George Felipe de
Lima Dantas, os índices criminais devem continuar em alta,
principalmente por conta do baixo efetivo das forças policiais.
“O cobertor é curto e os criminosos percebem isso. A tendência é
que a onda de criminalidade alcance seu pico no mês de dezembro.
Isso porque teremos um maior fluxo de pessoas e de dinheiro nas
ruas”, ressaltou.
O Metrópoles entrou
em contato com a Secretaria de Segurança Pública para questionar os
números, mas não teve resposta até a última atualização dessa
reportagem.
Fonte:
Metropoles.com
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