Roubos
a pedestres e em coletivos assustam a população
Quem
vive ou trabalha no Plano Piloto está mais exposto à ação dos
criminosos neste ano. Quatro dos nove crimes contra a vida ou com uso
de violência monitorados pela Secretaria de Segurança Pública e da
Paz Social registraram aumento. As tentativas de homicídio e os
roubos a pedestres, em coletivo e em residências subiram mais de
30%. Os assassinatos e os assaltos em comércio caíram 52,6% e 16%,
respectivamente, na comparação do primeiro semestre deste ano com o
mesmo período de 2016.
Em
um dos casos mais recentes de violência na região, um jovem de 29
anos foi esfaqueado no Parque da Cidade por volta das 13h da última
terça-feira. Em agosto, Katyane Campos de Gois, 26, foi morta, e o
corpo dela, deixado em frente ao Teatro Nacional. Em março, cinco
criminosos fizeram um arrastão em um ponto de ônibus da 207 Norte,
fugiram em um Gol e, horas depois, sequestraram dois homens, de 29 e
30 anos, na comercial da 116 Norte.
Também
chama a atenção os roubos a pedestres nos arredores da Rodoviária
do Plano Piloto. A gari Iara Teixeira, 38, foi assaltada três vezes
em cinco anos. Na última ocorrência, há um mês, ela vinha do
Itapoã — onde também sofreu assalto —quando foi rendida por
dois bandidos no terminal. “Um colocou a arma na minha cabeça, e
roubaram o celular. Sempre tive medo na Rodoviária, tem muito
morador de rua e mendigo”, diz a moradora de Ceilândia.
O
presidente do Conselho Comunitário da Asa Sul, José Daldegan,
acredita que o aumento da criminalidade sofreu influência de três
fatores: a transferência de policiais militares da Asa Sul para
outras regiões; a revitalização do Setor Comercial Sul; e a
desocupação do Torre Palace, na Asa Norte. “Esses locais eram
ocupados por usuários de crack, e eles foram expulsos de lá. Com
isso, houve o aumento de ocorrências na Asa Sul, como roubo em
automóveis e em pontos de ônibus”, menciona.
A
secretária de Segurança Pública e da Paz Social, Márcia de
Alencar Araújo, explica que a população do Plano Piloto começa a
sofrer mais intensamente o processo de inchaço populacional e das
desigualdades sociais. Por ano, são 70 mil novos moradores. Além
disso, para ela, em parte, a sensação de insegurança é provocada
pelo aumento dos casos de delitos contra o patrimônio. No DF, o
crescimento foi de 19%. No Plano Piloto, chegou a 22,6%. “O roubo é
o crime que mais provoca o aumento da sensação de insegurança e o
que mais impacta na mudança de comportamento do cidadão. Mas é
preciso diferenciar a percepção de segurança com o ambiente em que
efetivamente os crimes acontecem”, pontua.
Fonte:
Correio Braziliense
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