O PENSAMENTO DO CLUBE MILITAR:
“SEM SAÍDA”
Gen Gilberto Pimentel
Presidente do Clube Militar
12 de dezembro de 2016
Presidente do Clube Militar da Resposta a comandante do exercito, referente a matéria: Comandante do Exército diz que malucos apoiam intervenção Militar
Quem
não viveu mais de meio século neste País não viu, nem de longe,
crises que possam ser comparadas com as que hoje castigam nossa
gente.
Elas
começaram a tomar forma a partir da ascensão do petismo ao poder e
parecem não ter fim. São políticas, sociais e econômicas e
atingem todas as instâncias dos poderes constituídos.
São
também, e sobretudo, crises morais e de valores. Uma herança
trágica que, certamente, vai perdurar por muitos anos até que
tenhamos condições de voltar a ser uma Nação séria e considerada
pela comunidade internacional. Uma tragédia sem precedentes.
Há
nessas crises um ingrediente a mais, explosivo, capaz de romper o já
frágil equilíbrio entre os Poderes e de criar um cenário social
que termine por propiciar o florescimento da anarquia.
Refiro-me
aos episódios, quase em série, de claro desrespeito à Carta Magna.
Leis e princípios constitucionais têm sido ignorados, interpretados
ao sabor de interesses imediatos, pessoais, quase sempre escusos,
exatamente pelas autoridades investidas de poderes para aplicá-los
em nome de uma Justiça equânime, igual para todos. Até argumento
de preservação da governabilidade tem sido invocado como razão
para ignorar as leis. Isso não é nada razoável. É, sim, uma grave
distorção.
Para
não nos estendermos, já que os exemplos são muitos e bastante
conhecidos, quero me referir, tão somente, a dois inacreditáveis
que se seguem.
Primeiro
ao do julgamento do processo de impeachment da presidente da
República, quando, incentivado pelo ministro do STF que o conduzia e
pelo presidente do Senado, o plenário da Casa, simplesmente, fechou
os olhos para o que determinava a CF e deixou de punir a
transgressora na forma da lei. Ou seja, cassou seu mandato pelas
irregularidades e crimes de que era acusada, mas deu-lhe um
passaporte para exercer seus direitos políticos a partir do dia
seguinte ou de quando lhe aprouvesse.
Mais
recente, outra vez o presidente do Senado, num ato de enfrentamento à
Justiça, recusou-se a receber ou reconhecer uma medida liminar
expedida por um outro ministro do STF e, pior ainda, o plenário do
Supremo, posteriormente, lavou as mãos diante do grave crime
cometido. Caso único de abuso de autoridade e gravíssimo de
desrespeito às leis.
A
delação premiada de um funcionário da Odebrecht, que veio a
público no final de semana, envolvendo quase uma centena de
dirigentes, políticos e autoridades de todas as instâncias do
poder, somados aos já investigados, reforça a nossa convicção de
que a situação é crítica. É preciso encontrar uma saída. A
realidade é que os interesses do Brasil, para essa gente, são
irrelevantes. No que pensam mesmo é em livrar seu pescoço.
O
que mais ansiamos hoje é que esses irresponsáveis, do alto de sua
ambição desmedida, num rasgo de consciência, lembrem-se que a um
povo não pode ser negada a chance de uma saída para suas
dificuldades. Acuá-lo pode ser muito perigoso. Ao menos permitam que
resolva seus problemas por si só. Deixem espaço para que haja
escoamento. Do contrário o caminho será aberto à força.
Com
todas as consequências
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