Por Mirelle Pinheiro do Metrópoles
Uma recomendação da Polícia Militar tem sido criticada pelos
próprios integrantes da corporação. Os PMs que atuam nas
regiões de São Sebastião, Paranoá, Sobradinho, Planaltina e Lago
Norte foram orientados a evitar o uso das sirenes antes das 9h e
depois das 21h. O aviso foi dado depois que um morador do
Lago Norte fez uma denúncia na ouvidoria da PMDF.
A queixa se refere a um caso que ocorreu em 25 de março deste
ano. O denunciante relatou que dois policiais que estavam em uma
viatura, tipo sedan, circulavam em baixa velocidade, no Lago Norte,
com a sirene ligada a “toda altura”. O morador disse que
ligou para o 190 (emergência da PM) para avisar sobre o procedimento
feito pelos militares.
“O policial que atendeu disse que não era normal tal
procedimento. Também concordei por se tratar de um bairro
residencial e que a sirene só é ligada para abrir caminho ou
durante perseguição a criminosos. Não deve ser usada para
perturbar a população”, disse o morador. Na denúncia enviada à
PM, ele ressalta que o caso ocorreu por volta das 1h40 e que os
militares estavam fazendo uma “arruaça”.
A reclamação foi enviada ao Comando de Policiamento Regional Leste
(CPRL), responsável pelas cinco cidades atingidas pela medida.
A corporação pediu para que os militares sejam identificados e
afirmou que vai adotar medidas para que o caso não volte a ocorrer.
A Polícia Militar esclarece que não se trata de uma proibição
e, sim, uma recomendação. Portanto, segundo a corporação, os
militares podem usar o equipamento em caso de emergência.
Alguns policiais ouvidos pela reportagem estranharam a medida.
“O nosso serviço é prioritariamente ostensivo e preventivo. É um
absurdo tal posição do comandante. Quem está na viatura é quem
deve avaliar o melhor momento para a utilização da sirene ou do
sistema de iluminação”, afirmou um policial, que pediu para não
ser identificado.
Para outro PM, a sirene, muitas vezes, é uma aliada dos
policiais que estão na rua. “Acredito que a população também se
sinta protegida ao sentir que tem viaturas por perto”,
ressaltou. Segundo ele, uma vez que a polícia reprime o
uso do equipamento, acaba prejudicando o trabalho naquele determinado
local. “Existem formas mais efetivas de resolver este problema,
identificando e alertando os policiais que usam de forma errada.
Acredito que eles são minoria na nossa corporação”, acrescentou.
O especialista em Segurança Pública George Dantas pondera que a
sirene pode ser usada em diversos tipos de situação e que,
geralmente, traz sensação de proteção para os moradores.
“A medida pode ser debatida com toda a comunidade e não ser
decidida com base em apenas um morador. Não acredito que esse
incômodo represente a maioria”, afirmou.
Fonte: Metrópoles
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