Agentes das forças de
segurança do governo de Brasília avaliaram a atuação das tropas
na manifestação desta quarta-feira (24), na Esplanada dos
Ministérios. O ato, que reuniu cerca de 45 mil pessoas até as 18
horas, registrou cenas de violência e depredação do patrimônio
público praticadas por grupos presentes no movimento.
De acordo com o secretário
da Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social, Edval de
Oliveira Novaes Júnior, o desempenho seguiu o Protocolo Tático
Integrado firmado pelos governos federal e distrital. “O trabalho
estratégico ocorreu de forma correta, mas os ânimos estavam
acirrados e muitas pessoas se manifestaram de forma agressiva e
exacerbada”, resumiu.
Ele deu a declaração em
entrevista coletiva à imprensa, nesta noite, ao fazer o balanço da
manifestação, no Centro Integrado de Comando e Controle Regional.
Os distúrbios resultaram em oito manifestantes presos e 49 pessoas
feridas, duas delas gravemente. Houve também oito policiais feridos.
Durante o ato, várias
pessoas tentaram invadir a cerca de contenção, na Avenida das
Bandeiras, quando estava combinado com os organizadores que aquele
limite não poderia ser ultrapassado. “Já tivemos manifestações
maiores, e isso não culminou em danos como tivemos hoje”,
constatou o secretário.
As investidas de
manifestantes para cruzar a linha até o Congresso Nacional e outros
prédios públicos foram contidas pela Polícia Militar do DF. “A
tropa manteve o propósito e impediu que as pessoas invadissem aquela
área”, explicou o comandante-geral, coronel Marcos Antônio Nunes
de Oliveira.
Segundo o coronel, eles
agiram com energia proporcional para evitar danos maiores. Oito
policiais ficaram feridos e um deles teve a perna quebrada.
De acordo com levantamento
prévio da Polícia Civil do Distrito Federal, nove ministérios
sofreram depredações. Dois deles foram incendiados (Agricultura e
Integração Nacional), além de banheiros químicos.
Foram instaurados inquéritos
policiais para averiguar os fatos de dois policiais militares que
aparecem em vídeos disparando armas de fogo.
O comandante da PMDF
reforçou que a situação não é recomendada, uma vez que há
instrumentos não letais, e todas as circunstancias precisam ser
analisadas. “Nenhum policial é instruído para agir dessa forma,
mas cada um tem o domínio da ação naquele momento, para isso vamos
apurar e responsabilizá-los dentro da lei.”
Presos e feridos durante
manifestação
Conforme o balanço
divulgado pela Segurança, oito pessoas foram presas e houve 12
ocorrências por porte de arma branca, lesão corporal, resistência,
desacato, porte de substâncias entorpecentes e dano ao patrimônio
público.
A partir desta quinta-feira
(25), peritos da Polícia Civil farão as análises e o levantamento
da situação real do patrimônio público.
Segundo o Corpo de Bombeiros
Militar do DF, 49 pessoas feridas foram atendidas, com dois casos
graves – um homem que teve a mão dilacerada por um explosivo e
outro com uma perfuração no maxilar por arma de fogo.
A vítima que levou o tiro
está no Hospital de Base de Brasília e encontra-se estável e fora
de perigo. Ainda não há informações sobre a origem do disparo.
A polícia militar empregou
efetivo inicial de cerca de 3 mil policiais, 89 viaturas e duas
aeronaves. Pelo Corpo de Bombeiros, estiveram no local 586 servidores
e 30 viaturas. Da Polícia Civil, foram mobilizados 45 profissionais
em sete viaturas, além de 40 agentes do Departamento de Trânsito do
DF (Detran-DF).
Fonte: Agência Brasília
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