Se o contribuinte brasiliense
tem que desembolsar, anualmente, R$ 33,4 milhões para cada um dos
seus três senadores, R$ 6,6 milhões para cada um dos oito deputados
federais, e R$ 9,8 milhões para cada um dos 24 deputados distritais,
conforme aponta o levantamento feito pela ONG
Transparência Brasil, em 2018, o governador Ibaneis Rocha, há pouco
mais de 100 dias no Buriti, está saindo a “custo zero”
Por Toni Duarte//RADAR-DF
Durante a campanha eleitoral de
2018, o rico advogado Ibaneis Rocha afinou o discurso de que sendo
ele eleito abriria mão do salário e de todas as mordomias que o
cargo atribui ao chefe do Executivo.
Eleito governador do Distrito
Federal, Ibaneis Rocha cumpriu a promessa. Abriu mão de R$ 225 mil
que receberia de salário este ano de 2019; mora na sua própria
mansão de 23 milhões no Lago Sul, área nobre da capital federal;
anda no seu carro de luxo com combustível pago pelo próprio bolso;
não precisa da segurança a que tem direito por lei, para toda a
família, e viaja quantas vezes quiser para qualquer parte do mundo
no seu próprio avião de US$ 2 milhões.
Entre os eleitos e reeleitos na
última eleição, o ex-presidente da OAB-DF é o único que não
quer fazer parte da imensa maioria dos políticos que conta com
salários confortáveis e privilégios sustentados pela máquina
pública.
Para fazer justiça, tem um
outro político do DF, o senador Reguffe (PDT-DF), que abriu mão dos
privilégios que sangra os cofres públicos, mas continua recebendo o
salário bruto de R$ 33,76 mil, o mesmo dos ministros do STF.
Mesmo abrindo mãos dos mimos,
Reguffe surfa no topo da pirâmide dos altos salários bancado pelo
dinheiro do contribuinte brasileiro.
No somatório dos salários
pagos aos 81 senadores, chega a R$ 2,7 bilhões anuais o que
correspondem a R$ 33,4 milhões para cada um deles.
Na Câmara dos Deputados o
gasto é de R$ 6,6 milhões para cada um dos 513 deputados
federais. Além disso, tem salários dos vereadores e prefeitos
de todo o país.
Se trouxer a conta dos gastos
para o nosso pequeno quadrado os salários dos 24 deputados
distritais consomem, por ano, R$ 9,8 milhões para cada uma das
vossas excelências do cerrado.
O chefe do Executivo da gestão
passada, por exemplo, fez do Buriti a Águas Claras e do Buriti
ao Park Way a sua principal ponte a aérea montado nas hélices do
helicóptero prefixo PR-GDF.
Em 2015 a aeronave fez 463
viagens. Em 2017, 397 vôos. No primeiro semestre de 2018, ocorreram
241 deslocamentos aéreos. O gasto com a aeronave para voar no
pequeno e límpido céu de Brasília foi de R$ 5,1 milhão.
Voltando ao “governador 0800
Ibaneis Rocha” ele está decidido não usar os privilégios que
seus antecessores usaram e abusaram. Disse isso durante a campanha e
sustenta como o dono da caneta governamental.
“Temos que fazer política
para a população pobre, para aqueles que precisam. Governo é para
o pobre, ricos bastam não atrapalhar”, costuma dizer por onde
passa o homem do chapéu de coro.
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