Colégios
entram no programa até o fim do mês, totalizando 10 instituições.
Unidades serão definidas nos próximos dias
Até
o fim de junho, o Governo do Distrito Federal (GDF) vai incluir mais
seis escolas públicas na gestão
compartilhada entre
a Secretaria de Educação, a Polícia
Militar(PMDF)
e o Corpo de Bombeiros Militar (CBMDF), além da pasta de Segurança
Pública. Assim, serão 10 instituições inseridas no
projeto-piloto, iniciado em fevereiro deste ano.
O
anúncio será feito oficialmente nesta quarta-feira (12/06/2019),
mas o governador, Ibaneis Rocha (MDB), antecipou ao Metrópoles ter
tomado a decisão após análises de resultados positivos de
pesquisas realizadas dentro das comunidades
escolares beneficiadas
pela medida.
Segundo
o emedebista, a escolha das próximas unidades será fechada nos
próximos dias e atenderá um índice criado pelo GDF para
analisar certos fatores, como desempenho dos alunos, taxas de evasão
e de reprovação e até mesmo as ocorrências criminais registradas
nas localidades das escolas. Quanto pior a situação da unidade
educacional nesses quesitos, maiores serão as chances de ser
escolhida para o programa.
“Criamos
essa metodologia matemática que resultou no Indicador de
Vulnerabilidade Escolar [IVE]. A partir dessa realidade, vamos
priorizar as comunidades com mais necessidade de atenção imediata.
Queremos iniciar esse processo nos próximos dias para que, até o
fim do mês, tenhamos um total de 10 escolas atendidas pelo novo
modelo, que tem sido muito bem acolhido pela população beneficiada.
Depois, vamos ampliar esse projeto para até 40 unidades”, disse
Ibaneis.
Criado
em conjunto entre a Secretaria de Segurança e a de Educação, o
ranking será preponderante para determinar as novas escolas a serem
beneficiadas após a análise de um perfil geral sobre a realidade de
cada região, incluindo as interferências externas – como
criminalidade e a situação socioeconômica, por exemplo –, para
se chegar ao resultado final.
“A
fórmula foi criada com fatores educacionais e de segurança, e
inserimos os dados de todas as escolas da rede para chegarmos aos
resultados. Posso dizer que estamos empenhados em ampliar o modelo,
mesmo porque, para nós, é um projeto prioritário, já que garante
um retorno positivo imediato para a sociedade”, disse à reportagem
o secretário de Segurança Pública, Anderson Torres.
O
secretário de Educação, Rafael Parente, acrescenta que, além do
modelo matemático criada pelo GDF, a comunidade que atender os
critérios adotados será ouvida previamente, antes de o governo
decidir implantar definitivamente o modelo no local. “Para a
educação, o mais importante é que o projeto já apresenta bons
resultados e que as próximas escolas venham do grupo das mais
vulneráveis, com comunidades escolares que desejam fazer parte do
projeto.”
PM
na escola
Desde
11 de fevereiro, quando começou o ano letivo, a PM atua diariamente:
no Centro Educacional (CED) 1 da Estrutural; no CED 308 do Recanto
das Emas; no CED 7 de Ceilândia; e no CED 3 de Sobradinho. Conforme
noticiado pelo Metrópoles, pouco menos de um mês após a
implementação da novidade, a comunidade escolar já sentia os
efeitos e elogiava as mudanças.
Com
693 instituições no DF, a rede de ensino tem sinalizado
positivamente em relação ao projeto de gestão compartilhada com a
Polícia Militar, por ajudar na melhora de questões como segurança,
disciplina e desempenho na aprendizagem. A esperança das unidades de
ensino, em especial as de áreas mais carentes, é conseguir reverter
uma realidade de violência e precariedade nas imediações das
escolas e investir na educação como instrumento de mudança social.
De
acordo com o GDF, o projeto visa, por meio de ações conjuntas,
proporcionar uma educação de qualidade, com a construção de
estratégias voltadas ao policiamento comunitário, como forma de
enfrentar a violência, incluindo o ambiente escolar. Em fevereiro, a
Promotoria de Educação do Ministério Público do Distrito Federal
e Territórios (MPDFT)
se manifestou pela legalidade do projeto-piloto de gestão
compartilhada entre a Polícia Militar e a Secretaria de Educação
nas quatro escolas públicas do DF citadas.
Expansão
do projeto
Desde
que o início da gestão compartilhada foi anunciado, o governo
recebeu várias solicitações de unidades públicas para que fossem
beneficiadas com a medida. Contudo, o pedido das instituições de
ensino para conhecer o modelo e debater com a comunidade escolar não
é uma garantia de que elas serão escolhidas para participar do
projeto. Segundo a Secretaria de Educação, um estudo identificou
175 colégios com os piores desempenhos da rede. As novas seis
beneficiadas, portanto, estarão entre as chamadas “escolas
prioritárias”.
O
modelo em escolas públicas é inédito na capital. Os PMs que atuam
nos centros de ensino são responsáveis pelas atividades
burocráticas e de segurança, como controle de entrada e saída,
horários e filas, além de darem aulas de musicalização, ética e
cidadania no contraturno.
Orientadores,
coordenadores e professores permanecem encarregados do conteúdo
pedagógico das classes, como ocorre nas que já têm o modelo
implementado. O investimento da PMDF para assumir a responsabilidade
é de R$ 200 mil por ano. Cerca de 20 militares atuam em cada uma das
instituições escolhidas.
Apoio
federal
Com
a avaliação positiva da gestão compartilhada, o governo decidiu
buscar, na Esplanada dos Ministérios, apoio para que a implantação
da proposta ultrapasse o objetivo inicial. O governador tem
articulado junto ao Palácio do Planalto a possibilidade de realizar
um convênio com militares da reserva da área federal para que
possam contribuir na ampliação da medida.
“Temos
muita vontade de alcançar outros alunos, mas também não podemos
realocar servidores da ativa, que já têm muitas responsabilidades.
A solução será buscar no Exército o apoio para fecharmos um
acordo com quem já está inativo”, explicou Ibaneis Rocha.
Na
mesma linha de atuação, o secretário Anderson Torres também já
foi até o encontro do ministro da Educação, Abraham Weintraub,
apresentou os resultados recentes das unidades beneficiadas e, com
isso, solicitou aporte de recursos da área federal para o aumento da
capacidade de atendimento. “O ministro gostou muito do projeto e
está empenhado em ajudar o Distrito Federal. Ainda estamos estudando
como essa ajuda virá”, frisou o secretário.
Fonte:
Metropoles.com
0 Comentários
Obrigado pela sugestão.