Este artigo foi publicado originalmente pela Radio Free Asia e reimpresso com permissão.
As tropas e a polícia da Junta disseram aos residentes de uma aldeia perto de um projeto de cobre administrado por chineses na região de Sagaing, em Mianmar, que serão despejados à força se não partirem, disseram moradores locais à RFA na quarta-feira.
A empresa estatal chinesa Wanbao Company administra o Projeto Letpadaung Copper, no município de Salingyi, em uma joint venture com uma empresa pertencente aos militares de Mianmar.
Cercaram a aldeia de Wet Hmay no dia 6 de Agosto, sob o pretexto de que a aldeia se situava na área do projecto da mina, e ordenaram a todos os 35 agregados familiares que se mudassem permanentemente da aldeia.
Na terça-feira, as autoridades de Wanbao convocaram seis moradores e disseram-lhes para informar todos os residentes que precisavam partir o mais rápido possível, de acordo com um morador que não quis ser identificado por razões de segurança.
“Eles [representantes da aldeia] disseram que Wanbao pediu-lhes que esvaziassem a aldeia, pedindo aos aldeões que respondessem [à empresa] no dia seguinte”, disse ele, acrescentando que os funcionários da empresa disseram aos representantes se não obtivessem uma resposta imediata eles não assumiriam nenhuma responsabilidade pelas ações das tropas e da polícia. Os representantes da aldeia disseram à empresa que informariam os residentes de Wet Hmay e discutiriam os seus planos.
Os residentes disseram que as tropas da junta já ocuparam muitas partes de Wet Hmay e ameaçaram os habitantes locais e ordenaram-lhes que saíssem.
Wanbao tentou repetidamente cercar a aldeia com uma cerca, mas os moradores se opuseram, atrasando o projeto. Os moradores locais afirmam que desta vez é diferente porque soldados e policiais foram enviados para limpar a aldeia e cercá-la.
A RFA contactou o porta-voz da junta para a região de Sagaing, Saw Naing, para obter comentários sobre os despejos forçados, mas este não atendeu o telefone.
A RFA também ligou para Wanbao, mas ninguém atendeu.
Outras aldeias foram esvaziadas quando o projecto de cobre Letpadaung começou no município de Salingyi, em 2011.
Após o golpe de Estado de Fevereiro de 2021, muitas pessoas que trabalhavam no projecto juntaram-se ao Movimento de Desobediência Civil, encerrando efectivamente as operações em Letpadaung.
Os moradores locais dizem que a empresa está agora a planear retomar as operações, o que levou a uma declaração de 7 de Agosto de 17 milícias locais anti-regime ordenando à Wanbao e à Yangtze Copper, que estão ambas a trabalhar em projectos no município de Salingyi, a pararem de cooperar com a junta ou enfrentarem as consequências.
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