Relatório aponta violência contra os povos originários, ameaças e omissão do poder público; entidade critica ritmo de demarcação de terras de gestão petista
O número de assassinatos de indígenas aumentou 15% em 2023, primeiro ano do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Foram 208 casos, ante 180 em 2022, último ano da gestão de Jair Bolsonaro. Os dados são do relatório Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil, publicado nesta segunda-feira, 22, pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi).
Como em anos anteriores, os estados que tiveram o maior número de homicídios foram Roraima (47), Mato Grosso do Sul (43) e Amazonas (36). No total, foram registrados 411 casos de violência contra indígenas em todo o país, incluindo ameaças, abuso de poder, lesões corporais, episódios de racismo e violência sexual.
As mortes de crianças indígenas de 0 a 4 anos aumentaram 24% em relação a 2022. Foram 1.040 no ano passado. A maioria ocorreu no Amazonas, Roraima e Mato Grosso. Segundo o Cimi, a maior parte dos óbitos infantis foi ocasionada por gripe, pneumonia, diarréia, doenças infecciosas intestinais ou desnutrição — causas consideradas evitáveis por meio de ações de saúde.
O relatório inclui um capítulo sobre “Violência por Omissão do Poder Público”, que contém registros de desassistência geral (66 casos), desassistência na área de educação (61), na área de saúde (100). Pelo menos 111 indígenas morreram por falta de assistência na área da saúde.
Conflitos
Os conflitos territoriais e de invasões a terras indígenas mantiveram-se em patamares elevados, segundo o Cimi, apesar de ligeira redução em relação a anos anteriores. Em 2023, foram 150 casos de conflitos em 124 áreas de 24 estados brasileiros.
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