Fabricadas pela Sierra Stain e distribuídas pela Amazon para todos os 50 estados dos EUA, as tintas testaram positivo para alta carga de contaminação microbiana perigosa, informa FDA.
As autoridades de saúde dos Estados Unidos estão realizando um recall de várias tintas de tatuagem, fabricadas pela Sierra Stain, com sede em Nevada, devido à presença de altas concentrações de microrganismos que podem representar riscos à saúde dos consumidores. O alerta foi emitido pela U.S. Food and Drug Administration (FDA) no dia 24 de agosto.
Os produtos afetados incluem as tintas “Carolina Blue” (15 ml), “All Purpose Black” (30 ml) e “UV China Pink” (15 ml), todas da marca Bloodline, conhecidas por serem pigmentos à base de água. Fabricadas no ano passado, essas tintas possuem datas de validade que variam de junho a julho de 2026.
Distribuídas pela Amazon para todos os 50 estados dos EUA, as tintas foram embaladas em frascos PET com tampa de rosca preta. De acordo com a FDA, as amostras dos produtos testaram positivo para uma alta carga microbiana, o que pode resultar em infecções graves, especialmente na área onde a tatuagem foi aplicada.
“Os sintomas de infecções relacionadas à tinta de tatuagem frequentemente incluem o surgimento de erupções cutâneas ou lesões que consistem em pápulas vermelhas localizadas na área onde a tinta contaminada foi aplicada. Em alguns casos, essas infecções podem resultar em cicatrizes permanentes”, advertiu a FDA em seu comunicado.
Embora não haja registros de doenças causadas pelos produtos recolhidos até o momento, a agência destacou que alguns sintomas podem ser confundidos com reações alérgicas, dificultando o diagnóstico. A empresa pediu para que tatuadores e varejistas interrompam imediatamente o uso e a venda das tintas afetadas e orientou que os produtos sejam descartados em recipientes próprios para resíduos médicos cortantes.
Além disso, um estudo recente nos EUA revelou que cerca de 35% das tintas para tatuagem ou maquiagem permanente testadas estavam contaminadas com bactérias. A pesquisa, realizada em 75 amostras de 14 fabricantes, ressaltou a falta de uma correlação clara entre rótulos que indicam esterilidade e a ausência real de contaminação bacteriana.
Seong-Jae Kim, microbiologista da Divisão de Microbiologia do Centro Nacional de Pesquisa Toxicológica da FDA e um dos autores do estudo, destacou a crescente popularidade das tatuagens nos últimos anos, acompanhada por um aumento nas complicações e reações adversas associadas.
“Além das infecções microbianas, complicações imunológicas, hipersensibilidade alérgica, respostas tóxicas e reações inflamatórias também estão ligadas ao uso de tintas de tatuagem”, afirmou Kim. Ele enfatizou a importância do monitoramento contínuo desses produtos para garantir a segurança dos consumidores.
Dados de uma pesquisa do Pew Research Center indicam que quase um terço dos americanos possui pelo menos uma tatuagem, sendo que um quarto desse grupo tem mais de uma. A FDA recomenda que qualquer pessoa que apresente sintomas anormais após fazer uma tatuagem procure um profissional de saúde, especialmente se a área não cicatrizar adequadamente ou desenvolver erupções cutâneas.
“Infecções mais graves podem causar febre alta, tremores, calafrios e suores. O tratamento pode exigir o uso prolongado de antibióticos, hospitalização ou, em casos extremos, até mesmo cirurgia”, alertou a FDA.
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