Mulher interrompe evento do Republicanos e cobra Hugo sobre anistia do 8/1

Presidente da Câmara foi cobrado por fala relacionada a exilados políticos e sobre pautar projeto que perdoa condenados dos atos em 8 de janeiro de 2023.

Na tarde desta sexta-feira (21), o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), participou do encontro do Movimento Mulheres Republicanas, onde foi cobrado, sobre pautar o projeto que anistia participantes dos atos do 8 de janeiro de 2023.

Durante o evento, Teresa Vale, que se identificou como mãe de um dos presos pelos atos antidemocráticos, se manifestou contra Motta, expressando revolta com sua declaração de que não existem exilados políticos no Brasil. “‘Eu sou a mãe de um condenado político”, disse Teresa após a fala de Hugo Motta. “Mulheres, socorro, sou mãe. Anistia!”, declarou.

Ela cobrou solidariedade das mulheres do partido e pediu apoio às mães que estão impedidas de ver seus filhos, que, segundo ela, foram injustamente presos pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Fernando Lisboa:
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— Ednaldo Ferreira 🙏🇧🇷🇧🇷 (@Ednaldo40916743) March 21, 2025
Crise interna e distanciamento de bolsonaristas
A insatisfação com a condução de Hugo Motta e do próprio Republicanos tem gerado um afastamento de figuras ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Nos últimos anos, muitos candidatos bolsonaristas, sem espaço no PL, passaram a buscar o Republicanos como alternativa partidária. No entanto, uma série de posicionamentos recentes, considerados traições por aliados de Bolsonaro, tem provocado uma debandada.
A crise foi evidenciada no evento do Movimento Mulheres Republicanas, onde se percebeu um crescente descontentamento com a direção do partido. Em alguns estados, o Republicanos tem mantido forte ligação com grupos bolsonaristas, mas a instabilidade interna tem levado futuros postulantes a cargos eletivos em 2026 a reconsiderar sua filiação.
O episódio envolvendo Hugo Motta reforça o desgaste da legenda com setores mais alinhados à extrema direita e pode impactar as articulações para as próximas eleições. O Republicanos, que já foi visto como um refúgio para bolsonaristas por não terem espaço no PL, agora enfrenta questionamentos sobre sua real identidade política e fidelidade às pautas conservadoras.