Lula e Xi assistem a desfile de guerra de Putin

Presença dos líderes reforça aproximação diplomática com Moscou em meio a tensões internacionais

Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil) e Xi Jinping (China) foram destaques na tribuna de honra ao lado de Vladimir Putin, nesta sexta-feira (9), durante o desfile militar que marcou o 80º aniversário da vitória soviética sobre o nazismo, na Praça Vermelha, em Moscou.

O evento ganhou contornos geopolíticos ainda mais intensos com a exibição inédita de drones de combate usados pela Rússia na guerra da Ucrânia. Montados sobre caminhões, modelos como Lancet, Orlan-10, Orlan-30 e o polêmico Geran-2 (de origem iraniana) passaram diante dos líderes mundiais, em uma demonstração explícita do poderio militar russo.

Diplomacia sob os holofotes

A participação de Lula e Xi — dois dos principais líderes do Sul Global — reforça os esforços de Moscou para manter alianças estratégicas fora do eixo Ocidental, especialmente em meio às sanções e ao isolamento imposto por países da OTAN desde o início da guerra na Ucrânia.

A presença do presidente brasileiro, em particular, chama atenção: enquanto o Brasil tenta manter uma postura de neutralidade, Lula vem buscando ampliar o papel diplomático do país em fóruns multilaterais e em temas de segurança internacional.

Drones de guerra no centro das atenções

O Geran-2, também conhecido como drone "kamikaze", foi um dos principais destaques do desfile. Com uso recorrente em ataques à infraestrutura energética da Ucrânia, o equipamento é alvo de críticas internacionais. Kiev acusa Moscou de empregar o modelo contra civis — o que o Kremlin nega, alegando que os alvos são exclusivamente militares.

Sinal político para o mundo

A imagem de Putin, Xi e Lula lado a lado diante de armamentos usados em conflitos ativos transmite uma mensagem poderosa sobre o atual redesenho das alianças globais. Para analistas, o gesto mostra que Rússia, China e Brasil estão dispostos a reforçar laços diplomáticos, mesmo sob pressão internacional.