O jornalista Paulo Figueiredo Filho foi convocado a depor na Comissão de Direitos Humanos Tom Lantos do Congresso dos Estados Unidos, em Washington, nesta terça-feira (24). O depoimento, que atraiu grande atenção devido à sua relevância internacional, abordará o tema da “Repressão Transnacional de Alexandre de Moraes”, com foco na perseguição sistemática de brasileiros em solo americano através de ordens judiciais extraterritoriais.
O Tema do Depoimento
De acordo com Paulo Figueiredo, o assunto principal de seu depoimento será a atuação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em processos que envolvem brasileiros em solo americano, como jornalistas, empresários e até deputados federais. O jornalista afirmou que, durante sua fala, abordará a questão da perseguição transnacional organizada por Moraes, com a utilização de ordens judiciais que extrapolam a jurisdição brasileira e violam a soberania dos Estados Unidos.
Figueiredo destacou que o tema tem apoio bipartidário no Congresso americano, o que demonstra a gravidade da situação, que envolve não apenas questões jurídicas, mas também aspectos políticos e de direitos humanos.
Objetivo da Comissão de Direitos Humanos Tom Lantos
A Comissão de Direitos Humanos Tom Lantos do Congresso dos Estados Unidos tem como missão avaliar os esforços multilaterais para coordenar respostas a violações de direitos humanos no cenário global. Durante a audiência, os membros da comissão irão discutir definições comuns para lidar com a repressão transnacional e explorar como outros governos estão abordando essas questões. Países como Paquistão, Índia, Hong Kong e China também serão analisados nesse contexto.
O depoimento de Figueiredo se encaixa nesse quadro de discussão, com um foco especial nas ações do governo brasileiro sob o comando de Alexandre de Moraes e a extensão de suas ordens judiciais fora do território nacional, especialmente em relação a cidadãos e empresas americanas.
Relato de Casos Específicos
Em suas redes sociais, Paulo Figueiredo afirmou que relatará diversos casos específicos de brasileiros e estrangeiros que se tornaram alvos da perseguição de Alexandre de Moraes. Entre os exemplos, Figueiredo citou jornalistas brasileiros, deputados federais e até figuras internacionais como o empresário Elon Musk e o CEO do Rumble, Chris Pavlovski.
Figueiredo destacou que um dos casos mais emblemáticos é o dos brasileiros que foram incluídos na lista vermelha da Interpol, algo que, segundo ele, ocorre por motivos políticos e sem a devida transparência jurídica. O jornalista também mencionou as tentativas de coação de empresas americanas para que fornecessem dados pessoais de indivíduos no território dos Estados Unidos, uma clara violação da soberania americana.
A Denúncia e a Luta de Paulo Figueiredo
Paulo Figueiredo é um dos 34 denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por suposta tentativa de golpe de Estado durante os eventos pós-eleições de 2022. Ele integra o núcleo 4 da acusação, sendo apontado como parte de uma rede responsável por organizar ações de desinformação. A convocação de Figueiredo para depor no Congresso dos Estados Unidos vem em um momento crucial, onde ele continua a se posicionar contra o que considera uma ditadura imposta pelo ministro Alexandre de Moraes no Brasil.
Em sua declaração final, Figueiredo afirmou que sua luta para expor a verdade sobre as ações de Moraes e a violação de direitos fundamentais no Brasil está longe de terminar. "Este é apenas mais um passo na busca por justiça e pela liberdade de expressão", afirmou.
O depoimento de Paulo Figueiredo na Comissão de Direitos Humanos do Congresso dos EUA é um marco importante para o debate sobre direitos humanos e a repressão transnacional. A medida em que o governo brasileiro, por meio de ações do STF e de Alexandre de Moraes, interfere em jurisdições estrangeiras, o Brasil se coloca no centro de um debate internacional sobre soberania e liberdade individual. O caso Figueiredo e as acusações contra Moraes refletem uma crise de confiança nas instituições brasileiras e uma demanda crescente por transparência e responsabilidade nas ações judiciais do país.
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