O modelo de gestão compartilhada cívico-militar do Distrito Federal segue conquistando resultados expressivos e consolidando-se como referência em qualidade educacional e segurança. Uma pesquisa realizada em 11 das 25 unidades de ensino que já adotaram o programa apontou índices de aprovação superiores a 80% entre alunos, pais, professores e servidores. O destaque ficou para o Centro de Ensino Fundamental 17 de Taguatinga, que atingiu impressionantes 98,3% de aprovação.
Criada em 2019 e voltada para regiões em situação de vulnerabilidade, a iniciativa é resultado da parceria entre a Secretaria de Educação (SEEDF) e a Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF). O projeto busca oferecer ensino de qualidade aliado à disciplina e à cidadania, fortalecendo a convivência escolar e afastando a criminalidade do entorno.
Na prática, militares da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros apoiam os educadores em rotinas disciplinares, segurança no ambiente escolar e atividades extracurriculares. Cerimônias cívicas, projetos culturais e esportivos no contraturno e ações de prevenção ao uso de drogas e violência fazem parte da rotina.
A transformação já é perceptível na vida dos estudantes. David Vinicius, 16 anos, retornou ao CEF 17 após problemas disciplinares e hoje reconhece a mudança: “Aprendi a ter disciplina e a pensar no futuro. Essa escola me ajudou a entender que não posso repetir os erros do passado.” A estudante Ana Luíza, 14 anos, sonha em seguir carreira militar e se orgulha de ser guarda-bandeira da escola: “Aprendi que regras são parte essencial da vida.” Já Taylaine Melo, 15 anos, que deseja cursar medicina, destaca o impacto positivo nas notas: “Agora temos horários e organização. Isso mudou tudo.”
Pais também relatam avanços. Claudia da Silva, 36 anos, mãe de dois alunos, afirma que o comportamento dos filhos mudou radicalmente: “Antes eu precisava vir à escola todos os dias, agora quase não venho. Melhorou em casa e na escola.”
Atualmente, 17 escolas contam com apoio do Corpo de Bombeiros e oito com a Polícia Militar. Três dessas unidades já figuram entre as melhores notas do Ideb da rede pública do DF. Até 2026, a meta é chegar a 40 escolas cívico-militares.
De acordo com o subsecretário de Escolas de Gestão Compartilhada, coronel Alexandre Ferro, o impacto é claro: “Levamos esse modelo para comunidades mais carentes, onde havia maior incidência de violência. A presença do Estado dentro da escola muda completamente a realidade e devolve esperança para milhares de jovens.”



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