A tensão comercial entre Estados Unidos e China voltou a explodir neste domingo (12), após o governo de Donald Trump anunciar planos de impor tarifas punitivas de 100% sobre produtos importados de Pequim. A resposta chinesa foi imediata e dura: “não desejamos uma guerra tarifária, mas também não a tememos”, declarou um porta-voz do Ministério do Comércio.
“Recorrer a ameaças de tarifas altas não é a maneira correta de se envolver com a China. Se Washington insistir em agir unilateralmente, Pequim tomará medidas resolutas para proteger seus direitos e interesses legítimos”, afirmou o porta-voz.
O estopim: minerais estratégicos e disputa por tecnologia
A nova crise começou na semana passada, quando a China anunciou restrições adicionais à exportação de minerais de terras raras — insumos cruciais para semicondutores, veículos elétricos, armamentos e dispositivos eletrônicos.
Os EUA interpretaram a medida como um golpe direto nas cadeias globais de suprimentos. Em resposta, Trump prometeu tarifas de 100% sobre produtos chineses, classificando a postura de Pequim como “extremamente hostil” e “uma vergonha moral nas relações internacionais”.
Mercado global reage com cautela
O aumento das tensões comerciais já causou reflexos imediatos nas bolsas internacionais, com quedas expressivas em Nova York, Londres e Xangai, além de alta no dólar e no ouro, reflexos clássicos de movimentos de incerteza.
Economistas alertam para a possibilidade de uma nova guerra comercial como a de anos anteriores, quando tarifas chegaram a 145% para produtos chineses e 120% para mercadorias americanas, impactando cadeias produtivas em todo o mundo.
Negociações ameaçadas
A escalada ocorre justamente às vésperas de um encontro entre Trump e Xi Jinping, previsto para as próximas semanas na Coreia do Sul. Com o novo impasse, diplomatas chineses já sinalizam que a reunião pode ser cancelada caso não haja um recuo dos EUA.
Nos últimos meses, o governo americano ampliou sanções econômicas contra empresas chinesas, estendendo restrições a subsidiárias e adicionando novas companhias à lista de controle de exportações. Washington também impôs taxas portuárias especiais a embarcações chinesas.
Em contrapartida, Pequim ampliou sua própria lista de minerais estratégicos sob controle estatal e endureceu regras sobre exportação de tecnologias sensíveis, especialmente para usos militares e de alta tecnologia.
Especialistas alertam para “novo capítulo da Guerra Comercial”
Para analistas internacionais, a estratégia da China sinaliza que o país está disposto a enfrentar os EUA no campo econômico. A disputa agora não se limita apenas a tarifas, mas envolve tecnologia, segurança nacional e controle de insumos estratégicos.
“Pequim está invertendo o jogo. As táticas que os EUA usaram nos últimos anos agora estão sendo replicadas pela China — e isso pode ter efeitos globais profundos”, afirmou um especialista em comércio internacional ouvido pela Bloomberg.

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