O governador Ibaneis Rocha anunciou nesta quinta-feira (10) que o Distrito Federal terá mais 25 escolas cívico-militares, dobrando a atual rede que já conta com 25 unidades em funcionamento. A decisão ocorre após os altos índices de aprovação da comunidade escolar e melhorias significativas nos indicadores de segurança e desempenho educacional.
“É um orgulho muito grande ver essa parceria entre Educação e Segurança dando certo. Alunos que viviam em regiões de vulnerabilidade hoje estão passando em universidades federais e se destacando. É uma prova de que esse modelo, que muitos criticaram, é exitoso e serve de exemplo para todo o país”, afirmou Ibaneis Rocha.
As consultas públicas realizadas em 11 escolas mostraram aprovação entre 81,38% e 98,3%, com destaque para o CEF 17 de Taguatinga, que registrou o índice mais alto.
Segurança reforçada e queda na criminalidade
Os resultados do modelo são expressivos: na Estrutural, onde a gestão compartilhada foi implantada no CED 1, a criminalidade despencou desde 2018.
- Homicídios: de 20 para 11;
- Roubos a transeunte: de 554 para 195;
- Roubos em residência: de 14 para 3;
- Roubos em coletivo: de 178 para 23.
Para o secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar, a mudança é concreta e mensurável:
“A escola da Estrutural foi a primeira de gestão compartilhada e se tornou exemplo de sucesso. Há resultados tanto na segurança quanto na educação, com alunos aprovados até em Medicina.”
Os militares que atuam nas escolas são da reserva remunerada, o que permite utilizar a experiência desses profissionais sem aumentar custos ou comprometer o efetivo ativo.
Transformação no ambiente escolar
A diretora Vanessa Nogueira, do CED 1, destaca que a escola passou de um cenário de alta vulnerabilidade para um espaço seguro e organizado.
“A unidade está 100% pacificada. Os estudantes agora têm acesso a oportunidades que antes eram impossíveis, como entrar na universidade.”
Os próprios alunos relatam a mudança.
Maria Eduarda Dias, 13 anos:
“Aprendi a ter responsabilidade e respeito. Os policiais conversam sobre bullying e convivência. A escola ficou mais segura.”
Byanca Barros, 17 anos:
“Quando entrei, era bagunçado. Hoje tem disciplina, organização e respeito.”
Da sala de aula para a universidade
O modelo cívico-militar também tem mostrado impacto na vida acadêmica de jovens do DF. O universitário Abraão Ludson, ex-aluno do CED 07 de Ceilândia, ingressou na UnB em Engenharia Mecânica e credita parte da conquista à formação recebida:
“Os projetos e a disciplina me ajudaram a ser mais focado. Antes, eu era tímido e nem imaginava estar na universidade.”
A estudante Anna Clara Martins, hoje em Medicina Veterinária na UnB, compartilha sentimento semelhante:
“Me ajudou a ter rotina, responsabilidade e segurança. A presença dos policiais faz diferença para o rendimento.”
Expansão e impacto social
Criado em 2019 com quatro escolas-piloto, o projeto atende áreas de vulnerabilidade mapeadas pela SSP-DF. Antes da implementação, há consulta pública com a comunidade escolar, garantindo participação democrática na decisão.
Com a ampliação, o DF passará a contar com 50 unidades, sendo 17 em parceria com o Corpo de Bombeiros e 8 com a Polícia Militar. A expectativa é que o modelo se consolide como referência nacional em segurança e educação.

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