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Ministras de Lula visitam o Complexo do Alemão e ampliam tensão política após megaoperação no Rio de Janeiro


Visita ocorre em meio a críticas da esquerda ao governador Cláudio Castro e reacende o debate sobre segurança pública e direitos humanos
As ministras Macaé Evaristo (Direitos Humanos) e Anielle Franco (Igualdade Racial), do governo Lula, estiveram nesta quinta-feira (30) no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro, acompanhadas de parlamentares da esquerda, para uma reunião na Central Única das Favelas (CUFA). O objetivo do encontro foi “apurar informações sobre as mortes” registradas durante a megaoperação policial realizada pelo governo estadual nos complexos do Alemão e da Penha, que deixou 121 mortos, entre eles quatro policiais.
A visita ocorre em meio a uma escalada de tensão entre o governo federal e o estadual, após lideranças da base petista pedirem a prisão preventiva do governador Cláudio Castro (PL) e acusarem o governo fluminense de promover uma “chacina continuada” nas favelas dominadas pelo tráfico.
Esquerda acusa o governo do Rio de “violação de direitos humanos”
Durante a reunião, o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, deputado Reimont (PT-RJ), afirmou que a operação seria “a maior chacina da história do Brasil”, superando o massacre do Carandiru, em 1992.
“Estamos diante de uma tragédia sem precedentes. É dever do Estado proteger vidas, não promovê-las em números de morte”, declarou Reimont, que estima mais de 200 vítimas entre suspeitos, policiais e civis.
As deputadas Benedita da Silva (PT-RJ) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ) também estiveram presentes, reforçando o coro por responsabilização política e judicial do governador. O grupo afirmou que o governo estadual teria deixado de aplicar recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública, o que poderia ter evitado ações de grande letalidade.
 
O outro lado: Castro e governadores de direita reagem
Enquanto isso, Cláudio Castro recebeu apoio público de governadores de direita e da vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP), que defenderam a ação como “necessária e planejada” no enfrentamento ao crime organizado.
A operação foi uma das maiores já realizadas no país, com 2.500 agentes mobilizados, dezenas de prisões e apreensões de armamentos pesados, granadas e fuzis de uso restrito. Segundo a Polícia Civil, o Comando Vermelho utilizava drones com explosivos para atacar os policiais durante a incursão.
O episódio evidenciou o racha político entre o governo federal e os estados governados pela direita, que acusam Brasília de inércia no combate às facções e de priorizar um discurso ideológico em detrimento da segurança pública.

O simbolismo da visita ao Alemão
A presença das ministras Macaé e Anielle foi interpretada como um gesto político e simbólico, em defesa da narrativa de que a ação policial extrapolou os limites constitucionais. Ambas enfatizaram a necessidade de “investigação imparcial” e proteção aos moradores das comunidades.
“O Estado precisa estar presente para garantir direitos, e não apenas para fazer operações”, disse Anielle Franco, irmã da ex-vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018.
A visita, contudo, foi criticada por representantes da oposição, que consideram o ato “um desrespeito às forças de segurança” e uma tentativa de transformar o episódio em palanque político.

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