Recorde
foi impulsionado pelos discursos de posse de ministros
A
Bolsa
brasileira fechou na máxima histórica nesta quarta-feira (2), o
primeiro pregão sob o governo de Jair Bolsonaro, impulsionada pelos
discursos de posse de ministros e pelo acordo selado pelo partido do
presidente, o PSL, para apoiar Rodrigo Maia à reeleição na Câmara.
Com
o ambiente já muito positivo, o primeiro discurso de Paulo Guedes
como ministro da Economia, apesar de contemplar todos os pontos
esperados pelo mercado financeiro, não fez preço.
O
Ibovespa, principal índice acionário do país, subiu 3,56% e fechou
no recorde de 91.012 pontos. O recorde anterior havia sido de 89.820
pontos. O volume financeiro foi de R$ 17,3 bilhões, acima da média
diária de 2018.
Na
máxima do dia, a Bolsa chegou a subir mais de 4%, reflexo da euforia
de investidores com o noticiário econômico vindo de Brasília à
medida que ministros tomavam posse e faziam seus primeiros discursos.
A
alta foi desencadeada pela valorização de mais de 20% nas ações
da Eletrobras, após a posse do ministro de Minas e Energia, Bento
Albuquerque. Na cerimônia, ele afirmou que o processo de
capitalização da companhia, iniciado no governo de Michel Temer,
será levado adiante.
Além
disso, conforme noticiado pelo jornal Valor Econômico, o atual
presidente da companhia, Wilson Ferreira Junior, disse que foi
convidado a permanecer à frente da companhia e aceitou.
A
disparada dos papéis da estatal levou à reboque a Petrobras, que
avançou quase 6% no pregão e ajudou a sustentar a alta. Papéis do
setor bancário e ações de empresas de educação também tiveram
ganho expressivo nesta quarta.
A
Bolsa ganhou um segundo gatilho de alta quando o PSL, partido de
Bolsonaro, anunciou apoio formal à reeleição de Rodrigo Maia para
a presidência da Câmara dos Deputados. Na prática, a articulação
com o político mostrou ao mercado a preocupação do governo
Bolsonaro em construir maioria na Câmara para aprovação de
reformas.
"A
articulação política do Maia é muito cara e importante para a
reforma da Previdência", diz Victor Candido, economista-chefe
da Guide Corretora.
Neste
ambiente já muito favorável, quando Paulo Guedes começou a
discursar, após das 15h30, a Bolsa não encontrou espaço para novos
ganhos.
Alvaro
Bandeira, economista-chefe da Modalmais, considera que investidores
aproveitaram o momento para já embolsar lucros após alta de mais de
6% nas ações da Petrobras durante os negócios, o que ajudou a
conter a alta do Ibovespa. Ao final do pregão, os papéis
preferenciais da companhia terminaram com alta de 6,08%, a R$ 24,06.
Para
ele, porém, o discurso de Guedes, ao contemplar reforma da
Previdência, controle do tamanho do estado e carga tributária, soou
como uma sinfonia para o mercado financeiro.
"Agora
a caneta está valendo", acrescenta Bandeira sobre a euforia de
investidores neste primeiro pregão do ano.
Por
isso, o mercado teria voltado a ficar eufórico após pelo menos um
mês se pautando pelo exterior negativo, com a saída de investidores
estrangeiros limitando os ganhos na Bolsa.
No
exterior, a quarta foi volátil: os índices americanos iniciaram o
pregão em forte queda, chegaram a trabalhar no positivo com
afirmações do presidente dos EUA, Donald Trump, de que as
negociações com a China para por fim à guerra comercial estão
avançando.
Na
Europa, as Bolsas fecharam sem direção definida, mas com resultados
bastante melhores que as perdas registradas durante o pregão.
O
mercado de câmbio brasileiro também destoou do exterior nesta
quarta. O dólar caiu 1,70% e fechou cotado a R$ 3,8110, no menor
patamar desde o final de novembro. Em dezembro, o Banco Central
precisou intervir no mercado para suavizar a disparada da moeda.
De
uma cesta de 24 divisas emergentes, o real foi a que mais se
valorizou ante o dólar. De forma geral, o dia foi negativo para
moedas, com 16 delas se desvalorizando ante a americana.
Fonte:
Folhapress
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