Por
paulo Eneas
Em
entrevista publicada hoje (09/08) na Revista Veja, o ministro Dias
Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal, afirma que teria
havido uma tentativa de derrubada do Presidente Bolsonaro durante os
meses de abril e maio. Essa tentativa, segundo a narrativa do
ministro, teria sido levada adiante por setores militares, parte do
Congresso Nacional e segmentos empresariais.
Na
entrevista o ministro afirma ter sido procurado inclusive por um
General do Exército para consultar a respeito da constitucionalidade
do eventual emprego das Forças Armadas à revelia de uma ordem
presidencial no caso de uma situação de convulsão social. Para
evitar uma ruptura, teria sido celebrado um pacto que implicava,
entre outros, o sepultamento da Lava Toga, o afastamento do então
Ministro Santos Cruz e outras iniciativas.
Em
toda a entrevista, Dias Toffoli tenta apresentar a si mesmo e ao STF
como sendo um suposto poder moderador, que teria afiançado a
estabilidade institucional e permitido o prosseguimento do mandato
presidencial de Jair Bolsonaro. Afirma que o presidente “recorreu
às ruas para reafirmar sua legitimidade” e que ele, Dias Toffoli,
teria procurado convencer os interlocutores que o procuravam da
legitimidade da eleição de Jair Bolsonaro.
É
evidente que as revelações do presidente da suprema corte não
podem ser tomadas pelo seu valor de face, principalmente se
considerarmos a crise de legitimidade que o próprio STF sofre ante a
opinião pública por conta do ativismo judicial de seus integrantes
e pelo fato de ter se tornado, aos olhos da população, uma corte de
apelação criminal do chefe criminoso petista mantido na carceragem
da Polícia Federal em Curitiba, e não em um presídio comum, por
decisão do próprio STF.
Precedentes
políticos dos meses de abril e maio
Mas
ainda que se faça muita ressalva às revelações de Dias Toffoli, é
fato que nos meses de abril e maio o ambiente político era de
confrontação com o presidente: falava-se abertamente em impeachment
ou parlamentarismo branco.
Nos
corredores do Congresso Nacional, agentes políticos “vendiam” a
ideia de que, uma vez que Jair Bolsonaro se recusava a seguir os
métodos tradicionais do toma-lá-dá-cá, a que chamam cinicamente
de governabilidade, um outro presidente poderia muito bem fazê-lo e
dessa forma atender as expectativas do baixo clero e assim garantir a
suposta governabilidade.
Em
diversas oportunidades, o então Ministro Santos Cruz dava
declarações que claramente indicavam um questionamento da
autoridade do presidente. Também no Congresso, o anão político
Rodrigo Maia procurava tomar para si a pauta da Reforma da
Presidência, e chegou-se até mesmo a ventilar que a proposta de
Paulo Guedes seria deixada de lado e que a “Reforma do Maia”
seria aquela sobre a qual o Congresso iria se debruçar.
A
grande imprensa, por sua vez, promovia ataques diretos e intensos aos
conservadores ao mesmo tempo em que dava amplo espaço ao
vice-presidente, procurando apresentá-lo como uma alternativa
moderada para chefiar o país. Seria “o adulto na sala”, na
expressão criada por um jornalista da Folha de São Paulo. E
veículos como O Antagonista repetiam à exaustão a necessidade de
uma suposta tutela militar sobre Bolsonaro.
As
Manifestações de 26 de Maio mudaram o rumo do cenário
Esse
ambiente claramente conspiratório mudou a partir das Manifestações
de 26 de Maio. Milhões de pessoas saíram às ruas espontaneamente
em todo o País em defesa do Presidente Bolsonaro, em defesa
da Reforma
da Previdência de Paulo Guedes,
bem como de outras pautas do governo, como decreto das armas e o
pacote anticrime de Sérgio Moro.
O
sucesso das manifestações mostraram a força política e a
liderança nacional incontestável do Presidente Bolsonaro. Já
na semana seguinte, o ambiente mudou: impeachment e parlamentarismo
saíram de cena, a proposta de reforma previdenciária do governo
passou a andar no parlamento, e sumiram as falas de membros do
governo que claramente afrontavam a autoridade presidencial.
Três
semanas depois, o então ministro Santos Cruz seria exonerado, e as
aparições manifestações públicas o vice-presidente, Hamilton
Mourão, tornaram-se na sua quase totalidade puramente protocolares e
formais.
A
autoridade presidencial e a agenda positiva do governo se impuseram,
com a aprovação da reforma previdenciária, os sinais positivos de
recuperação da economia e com o Presidente da República tomando
para si, em várias oportunidades, o protagonismo de pautar o debate
político por meio de uma mudança no padrão de sua relação com a
grande imprensa.
1 Comentários
Acabou o toma-la-da-ca parlamentares cretinos, agora vocês deverão trabalhar para o povo sem roubalheira que existiam antes !
ResponderExcluirObrigado pela sugestão.