Segundo autoridades do país, decisão ocorre depois do centrista Benny Gantz deixar a coalizão formada nos primeiros dias de conflito contra o Hamas
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, dissolveu o gabinete de guerra do país nesta segunda-feira, 17, segundo informaram autoridades israelenses às agências Associated Press e Reuters. A coalizão formada nos primeiros dias de conflito com o Hamas, iniciado em 7 de outubro de 2023 após ataque do grupo extremista, era composta por seis membros.
A medida era esperada desde a saída do centrista Benny Gantz do governo, no último dia 9. Na ocasião, ele e Gadi Eisenkot, que também deixou a coalizão, disseram que Netanyahu fracassou em formar uma estratégia para o conflito.
Sob condição de anonimato, as autoridades afirmaram que daqui em diante o primeiro-ministro realizará encontros menores com alguns de seus ministros, como o chefe da Defesa, Yoav Gallant, para tratar de questões sobre a guerra.
Impacto
É pouco provável que a medida de Netanyahu tenha repercussões significativas no conflito em Gaza, mas as ramificações políticas da decisão podem ser mais significativas. A dissolução do gabinete de guerra parece ser uma afronta deliberada aos aliados da coalizão de extrema direita que segura em pé o governo do premiê, incluindo o ministro da segurança nacional, Itamar Ben-Gvir, e o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, que tentavam entrar no grupo desde a saída de Gantz.
Além disso, a decisão ocorreu em um momento em que a opinião de Netanyahu e dos principais comandantes das Forças de Defesa de Israel (FDI) divergem cada vez mais.
De acordo com a mídia israelense, o premiê disse na reunião regular de domingo entre todo o gabinete que “para atingir a meta de eliminar as capacidades do Hamas, tomei decisões que nem sempre eram aceitáveis para o escalão militar”, mas acrescentou: “Temos um país com um exército e não um exército com um país”.
Embora Netanyahu tenha estado sob pressão dos Estados Unidos para manter o gabinete de guerra, que era visto como um fórum mais moderado para lidar com o conflito, analistas avaliam que a medida seja mais uma forma de preservar o desejo do primeiro-ministro israelense de prolongar as batalhas em Gaza, mesmo tendo deixado Ben-Gvir e Smotrich de lado. PUBLICIDADE
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