O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), um dos principais nomes da oposição nas redes sociais, divulgou um vídeo que ultrapassou 100 milhões de visualizações em um dia, aumentando a pressão sobre o governo Lula. No conteúdo, ele critica o monitoramento de transações bancárias implementado desde o início do ano, insinuando que o governo pretende taxar o popular sistema de pagamento Pix.
Essa especulação já levou o presidente Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a desmentirem publicamente a existência de qualquer intenção de cobrança pelo uso do Pix. No entanto, o temor espalhou-se a tal ponto que alguns comerciantes já recusam essa forma de pagamento.
Nikolas, vestindo preto e utilizando uma trilha sonora dramática, apresenta fatos corretos, mas mistura especulações, como a possibilidade futura de taxação do Pix. Ele também critica o governo por não implementar a isenção do Imposto de Renda prometida, embora uma proposta para isentar quem ganha até R$ 5 mil mensais já tenha sido enviada ao Congresso, com possibilidade de entrar em vigor em 2026.
O parlamentar foca sua mensagem nos trabalhadores informais e pequenos comerciantes, sugerindo que eles seriam os principais afetados por uma suposta "sanha arrecadatória" do governo. Ele usa a tentativa da Receita Federal de ampliar a fiscalização sobre movimentações financeiras para ampliar suas críticas à gestão de Lula. Em um dos trechos, afirma: "O governo quer saber como você paga R$ 10 mil de cartão ganhando R$ 5 mil, mas não se preocupa com quem sobrevive com salário mínimo pagando contas essenciais."
No encerramento, Nikolas defende o impeachment de Lula, afirmando que, se o presidente não for interrompido, ele "parará o Brasil". Ele chama a reação ao vídeo de "revolta do Pix", enquanto a oposição tenta popularizar o termo "impixment". O vídeo impulsionou Nikolas aos trending topics do X e às pesquisas mais populares no Google.
Resposta do Governo
A polêmica envolvendo o Pix se tornou um desafio crescente para o governo, especialmente para o novo ministro da Secretaria de Comunicação, Sidônio Palmeira, empossado recentemente. Uma campanha publicitária oficial pode ser lançada em breve para tentar conter os danos provocados pela disseminação de desinformação.
Durante seu discurso de posse, Sidônio enfatizou a necessidade de combater narrativas enganosas promovidas nas redes sociais, especialmente por setores da extrema direita, destacando os riscos da manipulação de informações.
O deputado André Janones (Avante-MG), aliado do governo, respondeu publicando um vídeo do ex-ministro Paulo Guedes defendendo a taxação de transações digitais durante o governo Bolsonaro. Em sua postagem, Janones destacou: "Nikolas Ferreira não te contou que a possibilidade de taxar o Pix surgiu no governo Bolsonaro. Felizmente, Lula venceu e NUNCA taxará o Pix. Não se deixe enganar por essas mentiras!".
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