A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) entrou em disputa com a embaixada dos Estados Unidos após seu visto diplomático ser emitido com o sexo biológico masculino, conforme consta em sua certidão de nascimento. A parlamentar, que é transexual, classificou a medida como "transfobia de Estado" e exige uma resposta oficial do governo brasileiro.
O impasse ocorreu durante o processo de solicitação de visto para a "Brazil Conference at Harvard & MIT", evento acadêmico que reúne lideranças brasileiras e internacionais. Hilton afirma que seus documentos brasileiros já foram retificados para constar seu nome social e identidade de gênero feminina, mas a embaixada norte-americana seguiu as regras estabelecidas por uma ordem executiva de 2025, que reconhece apenas os sexos masculino e feminino, conforme registrados no nascimento.
A deputada, conhecida por sua atuação em pautas identitárias, decidiu cancelar a viagem em protesto e encaminhou um ofício ao Ministério das Relações Exteriores, pedindo uma posição do Itamaraty. "É inaceitável que um país viole os direitos de pessoas trans dessa forma", declarou Hilton, que avalia ainda medidas judiciais contra o governo americano.
Em resposta, a embaixada dos EUA afirmou que os dados de vistos são confidenciais e que seguem a legislação local, sem comentar especificamente o caso. A polêmica reacende o debate sobre soberania nacional e direitos LGBTQIA+, enquanto críticos acusam a parlamentar de priorizar bandeiras ideológicas em detrimento de outras demandas legislativas.
O episódio também coloca em xeque a atuação diplomática brasileira em conflitos envolvendo identidade de gênero e políticas migratórias de outros países. Enquanto isso, Hilton mantém a pressão por uma reunião com o chanceler Mauro Vieira, buscando uma solução para o impasse.
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