Pré-candidato do PSB tenta capitalizar politicamente com obras federais no DF enquanto repete estratégias fracassadas de governos passados
A cena parece repetição de um filme já visto na política brasiliense. Ricardo Capelli, pré-candidato ao Governo do Distrito Federal pelo PSB, tenta construir uma imagem de gestor próximo do povo, mas suas ações recentes revelam mais marketing do que substância. O caso mais recente ocorreu na comunidade Santa Luzia, na Estrutural, onde Capelli organizou uma caminhada para atribuir a urbanização local exclusivamente ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal, acusando o governador Ibaneis Rocha (MDB) de omitir essa informação.
A verdade dos fatos
A narrativa de Capelli, porém, não resiste à checagem. Em entrevista ao Correio Braziliense em abril de 2025, Ibaneis não apenas reconheceu como celebrou a parceria com o governo federal para a obra, que recebeu R$ 260 milhões em recursos via PAC.
"Temos muito a comemorar. Conseguimos fechar esse contrato com apoio do presidente Lula, do ministro Jader Filho e do PAC, que garantiu os recursos do Fundo de Garantia", afirmou o governador na ocasião.
Estratégia velha, resultados conhecidos
A tática de Capelli lembra o fracassado modelo adotado por seu padrinho político, o ex-governador Rodrigo Rollemberg (PSB). Em 2014, Rollemberg criou o projeto "Roda de Conversa", visitando cidades satélites para ouvir demandas populares. O resultado? Derrota fragorosa para Ibaneis em 2018, com apenas 24% dos votos.
Agora, Capelli tenta ressuscitar a fórmula com o "Turistando", projeto que promete percorrer regiões administrativas. A diferença? Assim como Rollemberg, o pré-candidato ainda não apresentou um plano de governo concreto, limitando-se a gestos simbólicos.
Contradições e rejeição
Em janeiro, Capelli anunciou que se mudaria temporariamente para o Sol Nascente e usaria transporte público para "ouvir a população". A iniciativa gerou críticas quando tentou repeti-la em Samambaia, levando o deputado Joaquim Roriz Neto a reagir:
"Samambaia é uma cidade desenvolvida, com imóveis valiosos e infraestrutura consolidada. Essa tentativa de retratá-la como área carente é desrespeitosa", disparou o parlamentar.
Obras x discurso
Enquanto Capelli investe em ações midiáticas, Ibaneis destaca números concretos: mais de 1.400 obras executadas desde 2019, incluindo a recuperação de vias após o desabamento do viaduto do Eixão Sul – tragédia ocorrida justamente na gestão Rollemberg e que expôs anos de negligência na manutenção da infraestrutura.
O eleitor decide
A história recente do DF mostra que projetos de governo não se constroem com passeios fotogênicos ou narrativas enganosas. Com a campanha se aproximando, cabe aos brasilienses discernir entre quem apresenta resultados e quem oferece apenas promessas vazias – como já aconteceu no passado.
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