Conib acusa Lula de antissemitismo após fala sobre guerra em

A Confederação Israelita do Brasil (Conib) emitiu uma nota dura neste domingo (11), classificando como “antissemitas, irresponsáveis e destrutivas” as recentes declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas. A entidade acusou o chefe do Executivo de alimentar o antissemitismo no país e de tentar “criar problemas para a comunidade judaica”.

Durante agenda internacional em Moscou, no sábado (10), Lula afirmou que Israel estaria promovendo um “genocídio” contra civis palestinos sob o argumento de combater o terrorismo. “É um genocídio de um exército muito bem preparado contra mulheres e crianças, a pretexto de matar terroristas. Já houve caso de explodir hospital, e não tinha um terrorista, só mulher e criança”, declarou.

A fala gerou reação imediata da Conib. “O presidente Lula mais uma vez faz declarações antissemitas de que há um genocídio em Gaza e que Israel mata deliberadamente crianças e mulheres ‘a pretexto’ de matar terroristas. Acusar judeus de matar crianças é uma das formas mais antigas e deploráveis de antissemitismo”, escreveu a organização.

A entidade também criticou a omissão de Lula em relação ao ataque do Hamas, que deu início ao conflito atual. “O Hamas iniciou essa guerra terrível e se esconde atrás da população civil e de reféns israelenses para promover sua visão, aí sim genocida, de exterminar Israel e judeus”, declarou a Conib.

A nota ainda alerta para os riscos que esse tipo de discurso pode trazer internamente. “O Brasil é um país onde a comunidade judaica vive em paz e segurança, mas o presidente Lula, com suas falas, parece querer criar problemas para a nossa comunidade ao promover o antissemitismo entre seus apoiadores.”

A repercussão das falas do presidente ocorre num momento em que sua imagem internacional enfrenta desgastes, principalmente após sucessivas críticas à condução da política externa brasileira em temas sensíveis como a guerra em Gaza e a aproximação com regimes autoritários.