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Hugo Motta endurece o tom e ameaça barrar aumento do IOF: “O país está cansado de impostos”

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), elevou o tom contra o governo federal diante do decreto que prevê o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Durante entrevista à imprensa nesta quinta-feira (29), Motta sinalizou que o Parlamento poderá reagir à medida, caso o Executivo insista na proposta.
Segundo o deputado, o decreto gerou ampla insatisfação entre os parlamentares. Mesmo diante da resistência, a Câmara optou por não pautar de imediato o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que poderia anular a decisão do governo. Em vez disso, a alternativa escolhida foi abrir um canal de diálogo com o Palácio do Planalto.
“Convocamos uma reunião com os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) para apresentar nossas preocupações. Isso demonstra nosso compromisso com o país. Antes de qualquer decisão, buscamos compreender o impacto da derrubada do decreto”, afirmou Motta.
Após o encontro, Haddad alertou que sustar o aumento do IOF poderia provocar cortes adicionais no orçamento. “Chegaríamos a um ponto delicado para a operação da máquina pública”, disse o ministro.
Ainda assim, Motta manteve uma postura firme e estabeleceu um prazo de dez dias para que a equipe econômica apresente uma solução alternativa ao reajuste. “Fomos transparentes. Se o governo decidir manter o aumento após esse prazo, nós também poderemos tomar nossa decisão, que é pautar o PDL e barrar a medida”, declarou o presidente da Câmara.

Críticas à política tributária e apelo por reformas
Em sua fala, Hugo Motta criticou o modelo atual de arrecadação do país e defendeu mudanças estruturais que aliviem a carga tributária sobre a população e os setores produtivos.
“O Brasil não suporta mais aumentos de impostos. Há um cansaço evidente entre os parlamentares e na sociedade. Precisamos discutir saídas responsáveis, como a revisão das isenções fiscais e uma reforma administrativa que traga mais eficiência ao Estado”, afirmou.
Motta destacou que as isenções, somadas entre os setores público e produtivo, se aproximam de R$ 1 trilhão e que é necessário revisar a vinculação de receitas como forma de ampliar a margem de manobra fiscal do governo.
“O que buscamos é equilíbrio, mas também firmeza. Não é aceitável que a população continue arcando com novos encargos enquanto medidas estruturantes seguem paralisadas. Nosso papel é defender o interesse público com responsabilidade”, concluiu.

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