A publicação de um vídeo pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), que denuncia um esquema de descontos indevidos em aposentadorias do INSS, provocou uma corrida interna no Palácio do Planalto. Classificada por aliados do presidente Lula (PT) como “explosiva”, a peça audiovisual ultrapassou 100 milhões de visualizações nas redes sociais e forçou o governo a pensar em uma estratégia de resposta.
Segundo informações da jornalista Andréia Sadi, da GloboNews, o impacto do vídeo acendeu um alerta no núcleo político do governo, que teme os efeitos da comunicação digital rápida e contundente de parlamentares da oposição — especialmente Nikolas, que tem forte apelo entre os mais jovens e conservadores.
Nos bastidores, auxiliares palacianos lembram do “trauma” causado pelo vídeo do Pix, divulgado no início do ano também por Nikolas, que expôs falhas na condução de políticas sociais e teve ampla repercussão.
Desta vez, o deputado mineiro abordou os bilhões desviados de aposentados e pensionistas, apontando ligações com entidades sindicais e mencionando dados do relatório da Controladoria-Geral da União (CGU). Ele declarou que o “rombo” pode ultrapassar R$ 90 bilhões, afetando mais de 4 milhões de idosos, especialmente das regiões Norte e Nordeste.
Ao tomar conhecimento das movimentações dentro do governo para tentar rebater o conteúdo, Nikolas reagiu com ironia nas redes:
“O governo está estudando uma reação ao meu vídeo? Vão colocar um deputade pra me rebater e repetir o fracasso de novo? Vou sugerir uma solução: prender os envolvidos e devolver o dinheiro para as vítimas. O que passar disso é a prova de que não querem resolver porcaria nenhuma.”
A fala viralizou novamente, e parlamentares da oposição acusaram o governo de tentar “abafar” o caso. Já aliados do Planalto avaliam como arriscado responder diretamente, com receio de ampliar ainda mais a visibilidade do parlamentar.
Crise de comunicação
A situação também reacende o debate interno no governo sobre a dificuldade em disputar narrativas nas redes sociais. Setores da base governista reconhecem a superioridade de influência digital da nova direita, que opera com velocidade, linguagem simples e forte engajamento.
Enquanto isso, a pressão cresce para que medidas concretas sejam anunciadas. A Polícia Federal e a CGU já investigam irregularidades envolvendo o nome de entidades como a Contag e sindicatos ligados a aposentados, que teriam sido beneficiados por autorizações indevidas para aplicar descontos mensais em benefícios previdenciários.
0 Comentários
Obrigado pela sugestão.