Diante das novas regras eleitorais que impõem a cláusula de barreira, os partidos Republicanos e MDB iniciaram tratativas formais para uma possível federação partidária visando as eleições de 2026. A movimentação ocorre em meio à necessidade de reestruturação política de diversas legendas que buscam se adequar às exigências da legislação vigente.
De acordo com a legislação eleitoral, a cláusula de barreira exige que os partidos elejam ao menos 13 deputados federais ou obtenham 2,5% dos votos válidos para a Câmara, distribuídos em ao menos nove estados. Caso não atinjam esses critérios, as legendas perdem acesso ao fundo partidário e ao tempo de rádio e TV, o que compromete sua competitividade.
O presidente nacional do Republicanos, deputado Marcos Pereira, tem conduzido os diálogos com o presidente do MDB, deputado Baleia Rossi. A avaliação dentro do Republicanos é de que, mesmo com uma bancada significativa atualmente, o partido pode encontrar dificuldades para cumprir a cláusula, especialmente diante da fragmentação do eleitorado e do reposicionamento político da legenda nos últimos anos.
A federação entre Republicanos e MDB, se concretizada, permitirá que os partidos atuem de forma unificada durante toda a legislatura, somando votos e cadeiras tanto nas eleições proporcionais quanto na formação de bancadas no Congresso. A medida também poderá garantir maior estabilidade institucional e acesso aos recursos partidários.
Internamente, o Republicanos enfrenta questionamentos quanto à sua linha de atuação, especialmente após a aproximação com o governo federal. O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), tem se consolidado como um dos principais interlocutores do Palácio do Planalto, o que reforça a articulação política entre o partido e a base governista.
O MDB, por sua vez, mantém sua tradição de diálogo com diferentes espectros políticos e vê na federação uma oportunidade de ampliar sua presença em estados onde enfrenta desafios para formar chapas competitivas.
A formalização da federação deverá ocorrer até o início do próximo ano, respeitando os prazos da Justiça Eleitoral. Até lá, as legendas seguem avaliando os impactos regionais da aliança e dialogando com suas bases estaduais para consolidar um entendimento comum.
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