O ano de 2024 entrou para a história como um dos mais devastadores para as florestas tropicais do planeta. De acordo com o relatório do Glad Lab (Laboratório de Análise e Descoberta de Terras Globais), da Universidade de Maryland, foram perdidos 6,7 milhões de hectares de florestas primárias tropicais – uma área equivalente ao tamanho do Panamá. O principal vilão? Os incêndios florestais, que atingiram um nível cinco vezes maior do que em 2023.
O Brasil encabeça esse triste ranking, sendo responsável por 42% de toda a perda registrada no mundo, seguido por Bolívia, Congo, Indonésia e outros países tropicais. Ao todo, dez países foram responsáveis por 87% da devastação global, com destaque absoluto para a região amazônica brasileira, onde a destruição aumentou 110% em relação ao ano anterior – o maior índice desde 2016.
Apesar das promessas de proteção ambiental feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao assumir o mandato em 2023, os números revelam o oposto do discurso: a prática tem mostrado falhas no combate efetivo ao desmatamento ilegal e aos focos de incêndio.
A destruição também atingiu em cheio o Pantanal, que registrou o maior percentual de perda de cobertura vegetal entre todos os biomas brasileiros. O avanço desenfreado do fogo, associado à falta de fiscalização e à expansão ilegal de atividades agropecuárias, revela uma falência das políticas de preservação ambiental.
O relatório é um alerta global: o planeta está perdendo suas florestas mais ricas em biodiversidade, vitais para o equilíbrio climático e para a regulação das chuvas. A Amazônia, considerada o “pulmão do mundo”, pede socorro.
Sem ações concretas e eficazes, o Brasil – e o mundo – podem pagar um preço irreversível.
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