Banner Acima Menu INTERNAS

.

Bombeiros do DF inalando veneno? Estudo inédito revela substâncias cancerígenas em incêndios florestais.

Estudo inédito revela substâncias tóxicas em incêndios florestais e alerta para riscos à saúde dos bombeiros do DF
A crescente incidência de incêndios florestais no Distrito Federal acendeu um sinal de alerta sobre a exposição dos bombeiros a substâncias químicas perigosas durante o combate ao fogo. Um estudo pioneiro, financiado pela Fundação de Apoio à Pesquisa do DF (FAPDF), está avaliando os efeitos da fumaça na saúde dos militares da corporação. A pesquisa é conduzida pela professora da UnB Eloísa Dutra Caldas, referência nacional em toxicologia, em parceria com o bombeiro militar e pesquisador Fausto Jaime Miranda de Araújo.
O projeto busca entender a verdadeira dimensão dos riscos enfrentados pelos profissionais no campo. Utilizando dispositivos instalados nos uniformes, os pesquisadores conseguiram monitorar, em tempo real, os níveis de poluentes como benzeno, tolueno, formaldeído e hidrocarbonetos aromáticos — substâncias associadas a doenças respiratórias e até câncer. Em algumas amostras, os índices ultrapassaram em centenas de vezes os limites considerados seguros.
A pesquisa é considerada inédita no Brasil por ser realizada em condições reais de combate, revelando a gravidade da exposição contínua e a urgência em rever os protocolos de segurança da corporação, especialmente no uso de equipamentos de proteção respiratória — muitas vezes negligenciados em operações florestais.
A iniciativa nasceu da vivência de Fausto no Corpo de Bombeiros do DF e sua percepção sobre a falta de atenção às ameaças invisíveis enfrentadas no combate às chamas. “É uma questão de saúde pública e os efeitos não atingem apenas os bombeiros, mas também a população exposta à fumaça”, alerta o militar, que também é doutorando em ciências da saúde pela UnB.
Os dados coletados servirão de base para a formulação de políticas públicas e normas mais rígidas de proteção. Uma nova etapa do estudo está prevista, com análises de amostras biológicas para mensurar os impactos no organismo dos militares. O objetivo é claro: garantir que quem protege a população também esteja protegido.

Postar um comentário

0 Comentários