As tentativas do governo brasileiro de negociar com os Estados Unidos para barrar uma tarifa de 50% sobre produtos nacionais têm esbarrado em silêncio e portas fechadas. Desde o início da semana, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o vice-presidente Geraldo Alckmin fizeram esforços para abrir canais de diálogo com autoridades americanas, mas receberam respostas evasivas e nenhuma abertura formal por parte da Casa Branca.
Segundo apuração da Folha de S.Paulo, a Fazenda buscou contato com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, mas foi informada de que o assunto está sendo tratado diretamente pelo presidente Donald Trump, que não sinalizou disposição para diálogo. O Itamaraty também avalia que, no momento, não há ambiente favorável para enviar uma delegação a Washington.
Na semana passada, Alckmin tentou interceder junto à Secretaria de Comércio americana, mas recebeu a mesma resposta: a decisão é exclusiva de Trump. Enquanto isso, o governo norte-americano avança em acordos bilaterais com países como Indonésia e Japão, deixando o Brasil de fora da lista de prioridades.
Nos bastidores, a equipe econômica teme que a sobretaxa seja oficializada por decreto presidencial às vésperas do prazo final, dificultando qualquer resposta imediata. Apesar do cenário adverso, Haddad ainda mantém algum otimismo e afirmou: “O Brasil nunca saiu da mesa de negociação. Mas, para haver acordo, é preciso vontade das duas partes”.
Com as vias diplomáticas bloqueadas, o governo aposta agora na pressão do setor empresarial americano. Empresas dos ramos de suco de laranja, energia, farmacêutico e aviação já expressaram preocupação com os impactos da tarifa. Algumas, inclusive, recorreram à Justiça dos EUA para tentar barrar a medida.
Internamente, auxiliares de Lula reconhecem o desgaste e avaliam que os esforços feitos pelo Brasil foram suficientes. Agora, o caminho mais promissor parece ser a articulação direta entre empresários norte-americanos e o governo Trump.

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