O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sofreu mais um revés nas relações internacionais após o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, cancelar a reunião que estava marcada para esta quarta-feira (13). O encontro era visto pelo governo brasileiro como uma última oportunidade de tentar reverter as tarifas impostas pelo presidente Donald Trump.
A decisão de Washington é interpretada por analistas como reflexo de um impasse que vai além do campo econômico. Para o governo norte-americano, a questão é política e envolve críticas às ações do Judiciário brasileiro e à forma como apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro vêm sendo tratados. Fontes ligadas à administração Trump afirmam que não haverá avanço nas negociações enquanto não cessarem o que classificam como perseguições políticas e restrições à liberdade de expressão no país.
O gesto simbólico ganha ainda mais peso diante do fato de que, entre hoje e amanhã, Eduardo Bolsonaro será recebido pelo Departamento de Estado dos EUA para discutir o cenário político brasileiro. A pauta incluirá um panorama atualizado da situação institucional e das tensões entre os poderes no Brasil.
O episódio é visto como um constrangimento para o governo Lula e reforça o clima de isolamento diplomático, principalmente no eixo Washington-Brasília. Especialistas avaliam que a postura adotada pela diplomacia brasileira ao tratar a questão como um problema exclusivamente financeiro limita as possibilidades de avanço e aprofunda o desgaste nas relações bilaterais.
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